Pré-tese do Vamos à Luta ao Coneb

Apresentação

O Coneb da UNE vai ocorrer em um momento importante das lutas no mundo, que em 2012 foi protagonizada desde a Europa, percorrendo vários países e que culminou na Greve Geral de 14/11 batizada de 14N. Acreditamos que neste ano esse processo continuará e seremos parte dele. No Brasil, fomos parte das lutas e mobilizações estudantis. Estivemos nas assembleias massivas das Universidades Federais em maio que deflagram uma das maiores greves do Brasil, como a assembléia da UFABC com 2 mil estudantes. Em 2 semanas já eram 30 Universidades em greve de professores, estudantes e servidores.
O Coletivo Vamos à Luta foi parte ativa deste processo. Participamos dos atos de rua, dos comandos unificados, marchas à Brasília e também do comando nacional de greve que aprovou que a greve estudantil era dirigida pela base, e que nem a UNE nem outra entidade falava em nome dos estudantes, somente o comando nacional. Enfrentamos o maior inimigo da educação, o governo Dilma, que cortou verbas da educação nos seus dois primeiros anos. Apesar dogoverno não querer negociar, nossa mobilização conquistou 174 milhões de reais de aumento das verbas do PNAES (Plano de Assistência Estudantil). Por isso nosso coletivo é parte da oposição de esquerda a este governo e não nos furtamos em denunciá-lo e responsabiliza-lo pelas mazelas da educação.
Nas eleições, fomos parte da campanha do Psol no país inteiro, e participantes ativos da “Primavera Carioca” que encantou a juventude que foi pra rua na campanha de Marcelo Freixo e agora luta contra o aumento das passagens de ônibus.
Durante a greve, a direção majoritária da UNE (UJS/PCdoB/PT) cumpriu um papel pelego, não respeitando o Comando de Greve Estudantil com delegados eleitos pela base em cada assembléia. Essa direção nada mais é do que o braço direito do governo no movimento. Por isso combatemos esses burocratas do movimento estudantil, construindo a Oposição de Esquerda na UNE, pois defendemos que pela base surja uma nova direção para o movimento estudantil. Este CONEB tem a tarefa de derrotar a política governista desta direção e construir pela base um calendário de lutas nas Universidades que possa colocar os estudantes em mobilização,seja contra o aumento da tarifa, pelo passe livre irrestrito, por mais verbas para educação e contra os sucessivos cortes. Por isso te fazemos um convite a dar essa batalha conosco do Coletivo Vamos à Luta e da juventude do PSOL.
O mundo não para de lutar!
Desde o norte da África e a resistência palestina, passando pela Espanha, Grécia, Portugal, a greve estudantil no Québec e no Brasil, o movimento “Somos 132” no México, na insurreição panamenha, as mobilizações chilenas. Em todos os continentes a juventude indignada se junta aos trabalhadores para enfrentar os altos indicies de desemprego, os cortes de verbas, os planos de ajustes que os governos de todo o mundo, sem exceção, tentam aplicar para cumprir as ordens do FMI, da Troika, do Banco Mundial.
Nada indica que neste ano de 2013 isto parará. Somos a juventude que se mobiliza no mundo, somos todos indignados!
A Primavera Árabe continua
Há mais de uma semana estamos assistindo os trabalhadores e a juventude do Egito ocupando novamente a Praça Tahir. Querem a queda do presidente, pois após meses de ter sido eleito, quer voltar à ditadura assinando um decreto que concedia super poderes ao presidente. No dia 04 de dezembro o presidente Mursi foi obrigado a deixar o Palácio Presidencial por força das manifestações que pediam sua queda. O processo revolucionário, mais conhecido como “Primavera Árabe” não terminou, continua vivo. As ditaduras continuam sendo questionadas e podem cair como na Síria, onde o sanguinário Assad já pediu exílio na América Latina, pois está a beira de cair. Defendemos a Não intervenção imperialista! Todo poder aos Rebeldes Sírios! Viva a revolução Árabe!
Viva a Resistência do povo Palestino!
Condenamos os ataques genocidas de Israel contra o povo palestino, utilizando inclusive de bombas de fósforo branco, pois não há justificativa pra agredir um povo que luta pelo direito a terra.  Israel, que conta com a ajuda dos EUA para tentar dominar a região, conta com o maior aparato bélico (armas) da Região.
São mais de 50 anos de conflito e o povo palestino segue sendo oprimindo, não sendo permitido a entrada de alimentos e medicamentos. Por isso, defendemos o fim do estado sionista de Israel e que exista um único estado laico e democrático, onde palestinos e israelenses, árabes e judeus, possam conviver como conviviam até antes da criação do estado artificial de Israel em 1949, pela ONU, em paz e harmonia. Viva o povo palestino! Somos todos palestinos!
“Reforma” da Previdência foi aprovada com o mensalão!
Cadeia para Genoíno e Investigação de Lula!

 Assistimos recentemente ao julgamento do mensalão. O STF condenou 13 pessoas, dentre elas, os homens de confiança de Lula: José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares. Dirceu, inclusive, com uma pena de 13 anos atrás das grades. A posse agora de Genoíno como deputado federal mostra o descaso e a cara de pau do PT e do governo, continuam defendendo seus mensaleiros! Os crimes de corrupção e compra de votos para a aprovação da Reforma da Previdência de Lula foram desmascarados e geraram novas investigações como a Operação Porto Seguro, onde a Polícia Federal investiga os tráficos de influência ocorridos no gabinete da presidência em SP, envolvendo pessoas nomeadas por Lula para ocupar cargos nas agências reguladoras. Junto com as declarações de Marcos Valério, fica cada vez mais difícil para Lula continuar afirmando que “não sabia de nada”. É necessário que o ex-presidente seja investigado para que se apure seu real envolvimento nesses escândalos.
 Para garantir as verbas para corrupção, “Cachoeiras”, grandes empresários e banqueiros, o governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB), realizou os maiores cortes de orçamento, cortando verbas das áreas sociais que atingem a juventude e a classe trabalhadora! Só nos últimos 2 anos Dilma já cortou mais de 5 Bilhões de reais da educação, enquanto destina 47% do PIB aos banqueiros! Além disso, segue aplicando a política de privatização do governo FHC, com os leilões do petróleo, a privatização doa aeroportos e o “kit da felicidade” do Eike Batista com a privatização das estradas. Tudo isso prova que o governo PT/PMDB/PCdoB está ao lado dos grandes empresários e não dos trabalhadores.
 É preciso anular a contra-reforma da Previdência que retira direitos dos trabalhadores e foi aprovada com dinheiro da corrupção. Defendemos prisão para corruptos e corruptores, revogação dos mandatos dos envolvidos. É necessário também suspender o pagamento da dívida para só assim inverter prioridades e investir em educação, saúde e melhorar a vida do povo trabalhador. Dinheiro pra educação, não pra Cachoeira, mensaleiros e corruptos!
Não nos representam!
Por uma nova direção pro movimento estudantil
Se 20 anos atrás a juventude estava na rua lutando contra a corrupção no Fora Collor; hoje a direção majoritária da UNE (UJS/PCdoB/PT) está ao lado e defende os mensaleiros do PT, como o José Dirceu. A majoritária da UNE se cala porque faz parte do governo PT/PMDB, recebe milhões do governo federal, e não tem mais independência para tocar a luta dos estudantes.
Por isso, os estudantes organizaram em 2012 a greve estudantil pela base, por fora da majoritária da UNE e rechaçaram essa direção durante a greve, pois não nos representa.
No mundo inteiro a juventude tem lutado contra as direções burocráticas e por isso o PC chileno foi derrotado nas eleições de diversos DCE’s. Aqui no Brasil, na eleição do DCE da PUC-RS a esquerda derrotou a máfia burocrática que estava há 20 anos no DCE fraudando as eleições.
É necessário se inspirar nesses movimentos e, como na greve, construir pela base uma nova direção pro movimento estudantil.
Sem ilusões nos royalties e fundo do pré-sal pra educação!
Contra os cortes de verbas! Por 10% do PIB já em 2013!
Fomos parte em 2012 da maior greve das Universidades nos últimos anos que unificou estudantes, professores e técnicos-administrativos contra a precarização da Universidade, contra a expansão sem qualidade e por mais verbas públicas para educação. Nos últimos 2 anos o governo Dilma cortou 5 bilhões de reais da Educação e vemos que isso se reflete na falta de salas de aulas, bandejões, moradia estudantil, etc. Hoje o governo não investe nem 5% do PIB na educação, mas destina 47% para pagar os juros da dívida pública aos banqueiros.
A direção majoritária da UNE afirma que os 10% do PIB para educação foram conquistas através da destinação de 100% dos royalties e 50% do fundo social do pré-sal. Com isso, enganam os estudantes. Pois não falam que apenas uma parte dos rendimentos dos royalties do pré-sal (1,65%) iria ou não para educação. E que se mesmo todos os atuais poços de petróleo fossem leiloados novamente à iniciativa privada apenas se atingiria um aumento de 0,6% do PIB para educação, insuficiente para atingirmos os 10%.
Não confiamos no governo, nem na direção majoritária da UNE! Só é possível conquistar mais verbas públicas para Educação a partir das lutas, mobilizações e greves como fizemos esse ano para derrotar o governo Dilma e sua política de destinar metade do PIB para o pagamento da dívida pública.
Unir a luta nas pagas contra a farra das mantenedoras e o descaso de Dilma

Na PUC Minas, PUC SP e UNAMA, os estudantes fazem paralisações, ocupam a reitoria e questionam as caras mensalidades, a falta de democracia, as taxas e os inúmeros problemas existentes nestas instituições como falta de bolsas, de estímulo à pesquisa e extensão, e assistência estudantil. Na PUC RS os estudantes derrubaram a máfia que dirigia o DCE, dando o exemplo de que é possível conquistar democracia nas Universidades particulares através de muita unidade, luta e mobilização coletiva. Os estudantes estão dizendo não à crise das Universidades particulares. Os responsáveis por essa situação são as mantenedoras que fazem de tudo para manter seus lucros e o governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB) que não tem nenhum tipo de controle sobre o ensino privado.
A direção majoritária da UNE (PCdoB/ PT), que deveria impulsionar a luta dos estudantes contra esses ataques, silencia aos tubarões do ensino e à irresponsabilidade do governo federal. Nós, do Vamos à Luta e da juventude da CST-PSOL, acreditamos que é preciso seguir o exemplo dos estudantes chilenos, expoente da luta estudantil latino-americana, que unificaram as lutas de suas universidades e, com grande apoio dos trabalhadores e povo do Chile, vem reunindo milhares nas ruas contra o modelo de educação mercantil do governo Piñera. Os problemas de todas as universidades são idênticos. Há uma única crise e o mesmo inimigo a ser combatido.
Cotas: uma conquista do movimento negro e estudantil! Não do Governo!
O Governo aprovou a lei de cotas de 50% para todas as universidades, afirmando que isso era um grande avanço em sua popularização. Dilma simplesmente mente. Primeiro, porque quer aparecer com uma “nova lei áurea” negando a dura luta do movimento negro e estudantil. Segundo quer esconder sua política de sucateamento das universidades, que em 2 anos cortou 5 bilhões de verbas, afetando a infra-estrutura e a assistência estudantil. Essa política de Dilma afeta a permanência dos alunos cotistas, que precisam sim de assistência estudantil. Além disso, é importante lembrar que a lei de cotas se trata de uma medida paliativa que não resolve o problema do acesso, além de não criar nenhuma nova vaga nas Universidades públicas.
Fomos parte da luta dos estudantes da UFRGS que ocuparam a reitoria enfrentando o racismo e o preconceito de classe, para consolidar a política de cotas. Por isso, nós do Coletivo Vamos à Luta e da Juventude do PSOL, defendemos sim a política de cotas sociais e raciais nas universidades, como paliativo, mas queremos continuar a luta pelo acesso universal nas universidades públicas, só assim resolveremos o problema do acesso da juventude ao ensino superior.
“Nada causa mais pavor à ordem do que mulheres que sonham e lutam”
                                                                                                                      José Martí


 Em 2012, um grupo russo formado por três mulheres, Pussy Riot, desafiou o presidente Putin com uma canção-protesto na Catedral de Moscou. Assistimos agora em dezembro uma série de protestos na Índia após dois casos de estupro coletivo na capital Nova Déhli. É necessário no mundo inteiro combater o machismo e a violência contra as mulheres; a Marcha das Vadias é parte desse processo.
Aqui no Brasil, a chegada ao poder de uma mulher, a presidente Dilma, não significou avanços para a luta das mulheres universitárias e trabalhadoras. Pelo contrário, os cortes de verbas das áreas sociais (educação, saúde, moradia) do governo atingem mais as mulheres; e nas Universidades, ainda temos que lutar por creches para atender as mães universitárias.
Cada vez mais as mulheres tem sido protagonistas nas lutas, atos e mobilizações que tem acontecido no mundo; seja na primavera árabe, nas greves gerais européias ou na greve das Universidades aqui no Brasil. Estas são as mulheres que nos representam e apontam o caminho de nossa luta.
Dilma: inimiga da Amazônia e dos povos da floresta!
Nunca antes na história desse país a natureza foi tão devastada. O governo Dilma constrói na marra Belo Monte, desrespeitando os povos do Xingu, superexplorando e até prendendo os operários que realizam greve por melhores condições de trabalho. O governo federal também aprova o novo código florestal que anistia desmatadores e legaliza a violência no campo. Por outro lado, a os povos indígenas sofrem com o descaso do governo, como o caso dos Guaranis-Kaiowás, que depois de muita mobilização conseguiram a demarcação de suas terras. A exploração desordenada e os altos lucros das multinacionais com nossos recursos naturais são parte dos compromissos de Dilma com desmatadores, a exemplo de          Kátia Abreu (ex-DEM), líder da bancada ruralista, que passou de mala e cuia para a base governista.     
Enade: nota ZERO!
A lógica dos governos Lula/Dilma (PT/PMDB) de avaliar e rankear as Universidades através do Enade mais uma vez se mostra equivocada! Agora o MEC divulga a lista de cursos mal-avaliados com intuito de cancelar vestibulares e interferir em sua autonomia. Os estudantes boicotam o Enade porque não acreditam num método de avaliação que ignora as regionalidades e não avalia as condições dos estudantes se manterem nas Universidades – cada vez mais precarizadas pela expansão sem qualidade do governo, que não garante salas de aulas, professores, assistência estudantil, etc. De forma mercadológica, o governo beneficia as melhores e pune as que tiveram as piores notas; servindo para que as Particulares possam se auto-propagandear e para justificar cortes de verbas nas Públicas. O Enade não passa de mais uma ferramenta inclusa no plano de metas imposto pelo FMI à educação brasileira. E, infelizmente, mais uma vez a direção majoritária da UNE (UJS/PCdoB/PT) se cala diante da postura do governo.
Os estudantes, professores e técnicos-administrativos também avaliaram o governo Dilma e, por isso, protagonizaram em 2012 a maior greve dos últimos anos das Universidades.
Estamos ao lado dos estudantes e contra a tentativa do governo de intervenção nas Universidades Públicas. Exigimos uma avaliação de verdade das Universidades e mais verbas públicas para educação. 
LGBTT: Vamos à Luta combater a opressão!
Temos assistido diariamente casos de violência contra gays, lésbicas, travestis e transexuais. O Brasil encontra-se em primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homofóbicos, concentrando 44% do total de execuções de todo o mundo, segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB).Entre os anos de 2010 e 2012, mais de 800 homossexuais e transexuais foram assassinados no Brasil. Mortos por diferença de orientação sexual, nada mais do que isso.
Neste ano o ex-militante da ENECOS e da causa LGBTT, Lucas Fortuna, foi assassinado covardemente a pauladas em Recife. Quantos mais terão que morrer para que a homofobia vire crime?
O governo Dilma tem se curvado à bancada religiosa, não aprovando o PLC 122 e alterando diversas emendas, apenas para agradar a ala mais conservadora da burguesia nacional! O combate à homofobia e à todas outras formas de opressões na sociedade capitalista é algo diário e cotidiano. Nós do coletivo Vamos à Luta defendemos a aprovação do PLC 122, que criminaliza a homofobia e a criação de políticas públicas voltadas para o público LGBTT!
Juventude Vamos à Luta