NÃO ao Escola sem partido! Não vão nos calar!

NÃO ao Escola sem partido! Não vão nos calar!

Está em debate no Senado o PL 193/2016 nomeado “Escola Sem Partido”. O PL foi criado pelo advogado Miguel Nagib a pedido de Flávio Bolsonaro (PSC-RJ). Outro projeto com o mesmo conteúdo, porém voltado aos municípios foi apresentado por Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Hoje tramita no Senado o projeto de Magno Malta (PR-ES) que agrega a proibição acerca da discussão de gênero nas escolas. O Ministério Público Federal (MPF), em nota técnica, declarou esses projetos como inconstitucionais e, até 25/07, mais de 180 mil pessoas votaram contra em petição portal E-Cidadania.

De “neutro” e “sem partido” esse PL não tem nada

Para os porta-vozes do “Escola sem partido”, o projeto impediria a parcialidade ideológica dos educadores em sala de aula e a influência dos partidos políticos. No entanto, essa suposta “neutralidade” apenas mascara as ideias e posicionamentos políticos que todos nós temos sobre algum tema. Por exemplo, estamos às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos do Rio. Como debater esse tema sem refletir sobre qual classe social as Olimpíadas beneficiam? Impedir esse debate nas escolas está a serviço justamente daqueles que são privilegiados com o megaeventos, com o ajuste fiscal ou a corrupção. Estes são os grandes empresários e os partidos que os representam, que não deixarão de ter voz nas escolas com esse projeto.

Além disso, o papel dos educadores e dos estudantes é reduzido ao de porta-vozes e receptores do conhecimento, desconsiderando sua capacidade de reflexão e  direito ao livre exercício das diferentes concepções pedagógicas em sala de aula. Ou seja, de “neutro” e “sem partido” esse PL não tem nada: um dos seus objetivos é de censurar discussões político-ideológicas, o livre debate sobre crenças, religiões, gênero e cidadania dentro das salas de aula. Mas não para por aí.

 Não vamos deixar calarem a nossa voz

Estudantes secundaristas e profissionais da educação, no último período, tem sido protagonistas de grandes mobilizações que se enfrentam com o ajuste fiscal dos governadores e prefeitos e que, no início, foi encabeçado pelo governo Dilma (PT/PMDB) e agora o governo Temer (PMDB/PSDB) dá continuidade. Onde as escolas não foram ocupadas em protesto contra o desmonte da educação pública, ocupamos as ruas para manifestar nossa indignação. Por sua vez, nossos professores cruzaram os braços em defesa do salário, das condições de trabalho e das verbas para a educação, com destaque a greve dos educadores do RJ.

Nesse sentido, a outra face do “Escola sem partido” é de aprofundar a perseguição e criminalização dos estudantes, professores, coletivos e partidos de esquerda que estão ajudando a organizar a luta em defesa da educação dentro das escolas. Algo que já acontece quando tentamos, individualmente ou através dos nossos Grêmios, realizar reuniões, debates, assembleias ou atividades culturais. Se a Lei Anti-terrorismo sancionada por Dilma (PT) no primeiro semestre deste ano tem o objetivo de calar as nossas vozes nas ruas, o Escola sem partido quer calar as nossas vozes nas escolas. Não vamos deixar!

Dia do Estudante: NÃO ao Escola sem partido! Fora Temer e Mendonça! Fora Todos!

No dia 11 de agosto, Dia do Estudante, a juventude precisa ocupar as ruas para dizer NÃO ao “Escola sem partido”. Mas também para dizer que a política de ajuste fiscal de Temer, que foi iniciada por Dilma, e é aplicada pelos governadores e prefeitos não nos representa, pois está destruindo as nossas escolas. Temer e seu Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), querem cortar mais verbas da educação e tem planos para privatiza-la. Por isso, queremos coloca-los para fora! No entanto, não podemos admitir que a direção majoritária da UBES e da UNE, compostas pelas juventudes do PT e do PCdoB, –  partidos que ajudaram a eleger Rodrigo Maia (DEM) presidente do Câmara  – transformem essa Jornada de Lutas em manifestações pela volta de Dilma, que é igualmente responsável pela situação caótica da educação no país. No dia 11 de agosto, levaremos essas bandeiras pra rua… Vem com a gente!

– NÃO ao Escola sem partido! Em defesa do livre debate político e da militância dos coletivos e partidos de esquerda nas escolas!

– Ajustar os banqueiros e investir na educação! NÃO ao ajuste fiscal do governo Temer! Suspensão do pagamento da dívida!

– Tira da Olimpíada e investe na minha escola! Educação SIM! Olimpíada NÃO! #apagaTocha

– Em defesa do debate de gênero nas salas de aula e inclusão no currículo para combater o machismo e a LGBTfobia desde a educação!

– Fora Temer! Fora Mendonça! Volta, Dilma NÃO! Fora Todos!