Ocupar as ruas no Dia do Estudante | Fora Temer! Fora Mendonça! Contra o Escola sem partido!

Já completando quatro meses, o governo interino de Michel Temer (PMDB/PSDB) pretende seguir o ajuste fiscal com cortes de verbas nas áreas sociais, privatizações e retirada de direitos históricos conquistados com greves e lutas pelos trabalhadores e jovens, dando continuidade a agenda aplicada pelos governos do PT. Em meio à calamidade olímpica que passa o estado do RJ, Temer ejetou mais R$3 bilhões para o governo Dornelles (PMDB) investir nas Olimpíadas, enquanto os servidores tem seus salários parcelados e atrasados e os grevistas são criminalizados e descontados.

Alexandre Frota e Globo: os conselheiros de Temer e Mendonça

O ministro da educação Mendonça Filho (DEM), recebeu em seu gabinete Alexandre Frota, um machista e estuprador confesso, para dar pitaco sobre a educação no país. Um completo absurdo! Nesses quatro meses Temer e Mendonça cortaram R$4,2 bilhões da educação e querem aprofundar o processo de privatização do ensino superior. Na Câmara e no Senado a imensa maioria de parlamentares corruptos votaram sim para o projeto de cobrança nos cursos de pós-graduação. O editorial do jornal O Globo defendeu abertamente a cobrança de mensalidade em todos os níveis nas universidades públicas acusando a gratuidade de “injusta”. Injusto é que que o governo desmonte a universidade pública para garantir que quase metade de orçamento do país seja destinado aos banqueiros através do pagamento da dívida pública. Por isso, defendemos o acesso universal ao ensino superior público, gratuito e de qualidade com política de permanência estudantil também universal.

Não vão nos calar, contra o PL Escola sem partido

O projeto de lei Escola sem partido volta à tona no Congresso com um único objetivo de calar os que lutam. É uma resposta a força dos estudantes secundaristas que, ao ocupar as ruas e as escolas, derrotaram governos como o de Alckmin (PSDB) em SP e denunciaram para toda a sociedade a política de ajuste que está destruindo a educação. Um processo gestado pelas massivas manifestações de Junho de 2013, quando derrotamos o aumento das tarifas do transporte e dissemos não à Copa da FIFA e exigimos mais verbas para saúde e educação. Esse grito dos descontentes encorajou várias outras lutas como a greve dos garis do Rio, dos profissionais de educação em vários estados, a Primavera Feminista que ajudou a derrubar Eduardo Cunha e colocar na ordem do dia o debate sobre a cultura do estupro e a importância do ensino de gênero nas escolas. Aqueles que querem aprovar esse PL sabem que, depois de tantas lutas, nada será como antes nas escolas brasileiras e, por isso, respondem querendo amordaçar o debate político nas salas de aula.

A UNE e UBES tem que construir uma paralisação estudantil nacional

O 64º CONEG da UNE, que ocorreu entre os dias 15 e 17 de julho em São Paulo, aprovou uma Jornada de Lutas na semana do 11 de agosto, Dia do Estudante, com as três pautas unitárias que reivindicamos nessa nota. Nós da Juventude Vamos à Luta/CST-PSOL temos diferenças políticas profundas com a direção majoritária da UNE, composta pelas juventudes do PCdoB e do PT e, por isso, somos da Oposição de Esquerda da UNE. Rejeitamos a defesa dos governos petistas que a entidade fez no último período e das saídas apresentadas para a atual crise econômica e política brasileira. Rejeitamos o “Volta, Dilma” que, na prática, é um “Fica Temer” na vice-presidência e porque não queremos trocar as mãos-de-tesoura, mas acabar de vez com elas. E achamos que ajudar colocar o partido de Mendonça Filho na presidência da Câmara, como fizeram o PCdoB e o PT, só serve para fortalecer Temer e seus aliados, algo que ficou evidente no primeiro dia de Rodrigo Maia (DEM) no Congresso quando subordinou a pauta da cassação do mandato de Cunha a aprovação do PL 257 que pretende congelar salários e suspender concursos públicos.

No entanto, acreditamos que é necessária e possível a unidade contra o governo Temer e sua política de ataques à educação e aos direitos dos estudantes, a exemplo do ato do dia 5 de agosto no Rio pelo Fora Temer, contra a retirada de direitos e a calamidade olímpica. Por isso, exigimos da UNE e da UBES que de fato coloquem esses eixos unitários nas ruas no Dia do Estudante rumo a uma paralisação estudantil nacional, pois só com muita mobilização unificada da juventude e dos trabalhadores poderemos derrotar Temer, Mendonça e o Escola sem partido. Nesse sentido é muito importante a convocatória que estamos construindo pela Oposição de Esquerda da UNE, ANEL, Mutirão, UJC e demais movimentos de juventude para efetivar atividades e manifestações de rua nesse dia.

Convocamos cada estudante para essa grande tarefa no dia 11 de agosto. Vamos ocupar as ruas! Fora Temer! Fora Mendonça! Contra o PL Escola sem partido! Educação SIM, Olímpiada NÃO! Suspender o pagamento da dívida pública e investir na educação!