3,61 é um assalto! Ocupar as ruas contra o aumento de Zenaldo!

Na próxima quarta-feira, dia 7/2, o Conselho Municipal de Transportes de Belém-PA se reunirá para debater o novo reajuste da passagem de ônibus de Belém. Os números em questão, apresentados pela SETRANSBEL e SEMOB são distintos, porém, ambos só favorecem o empresários do setor, para lucrarem ainda mais. O sindicato dos empresários quer aumentar o valor em 46,45%, elevando-o para R$3,61, ou seja, mais de cinquenta centavos de acréscimo. Já Zenaldo/PSDB, quer um aumento de 6,77%, o que elevaria o preço para R$3,31.

Belém: um breve retrospecto dos reajustes

De 2010 para cá, o reajuste no preço da passagem de ônibus em Belém e Região Metropolitana subiu consideravelmente, o que atinge em cheio o custo de vida das famílias. Por exemplo, em 2010, sob o governo do corrupto Duciomar Costa/PTB, a passagem que custava R$1,70, sofreu uma elevação de 8,82%, passando para $1,85. Em 2011 e 2012 dois novos aumentos promovidos por “Dudu” colocaram o valor do transporte coletivo em R$2,00 e R$2,20, nos respectivos anos. Já em 2014, sob o primeiro mandato de Zenaldo Coutinho, ocorreu um reajuste de 11%, o que fez o valor da passagem saltar para R$2,40. No ano de 2015 um novo aumento, novamente em 11%, pondo o preço do transporte no patamar de R$2,70. Finalmente, em janeiro de 2017, Zenaldo e seus aliados definem um novo reajuste, deixando os atuais R$3,10 no valor da passagem de ônibus.

É importante esta recapitulação para percebermos que de 2010 até hoje diversos aumentos no valor da passagem de ônibus foram aplicados por prefeitos inimigos dos trabalhadores e trabalhadoras e da juventude, somando cerca de 50% em reajustes, que não representaram em nada avanços na melhoria do sistema de transportes. Pelo contrário, as coisas pioraram desde então. Continuamos andando em latas de sardinhas, abarrotados em veículos velhos, quentes, inseguros, sujos, tendo de conviver inclusive com baratas. Isso é desumano.

Numa conta simples veremos que os sucessivos aumentos impactam e muito em nossos bolsos e de nossas famílias. Para alguém que precisa pegar pelo menos dois ônibus diários, o gasto se dá na marca de R$148,80. Porém, sabemos que a maioria da população utiliza bem mais o transporte coletivo. Isso significa um custo enorme para as famílias em Belém, já que boa parte vive com apenas um salário mínimo (R$954,00) ou menos.


Prefeitos e empresários: uma relação de união contra os nossos direitos

A grande verdade é que todos os aumentos servem única e exclusivamente para enriquecer os empresários multimilionários, os donos do “transporte público”. O escândalo envolvendo Jacob Barata, o “Rei do ônibus”, dono de um verdadeiro monopólio do setor no país inteiro, com a prefeitura do Rio de Janeiro evidencia muito bem isso. A justificativa que as empresas e prefeitos dão para aumentar o valor das passagens são sempre as mesmas: os custos com a manutenção dos veículos e para repor as perdas com a greves que os rodoviários fazem todos os anos. Uma mentira lavada! Se quisessem, os empresários do transporte poderiam muito bem pagar as folhas salariais e demais custos anuais com apenas um mês de circulação. Mas os seus objetivos são sempre lucrar, lucrar, sempre mais. Se a União, estados e municípios deixassem de pagar a Dívida Pública haveria dinheiro suficiente para custear as demandas do setor, inclusive para aplicar o Passe-Livre estudantil.


Seguir o exemplo de 2013: tomar as ruas e barrar o aumento

Em junho de 2013 o país pegou fogo em praticamente todas as capitais após os prefeitos terem tentado impor o aumento das tarifas do transporte ao mesmo tempo e de maneira abusiva. Em São Paulo e Porto Alegre o reajuste chegou a ser barrado na justiça, e nesta cidade o valor da passagem baixou, conforme determinava o Tribunal de Contas. Mas isso só foi possível porque a juventude entrou em cena e ocupou incansavelmente as ruas, afinal, “não era só pelos vinte centavos”.

Belém não ficou de fora das massivas manifestações e a prefeitura do recém eleito Zenaldo teve de recuar e o preço da passagem ficou congelado naquele ano. Este é o principal exemplo a ser seguido neste momento em que empresários e prefeitos tentam atacar novamente o nosso direito de ir e vir. Transporte não é mercadoria, mas sim um direito, que deveria ser garantido por meio do Passe-Livre, tornando-o realmente público, gratuito e com qualidade. Infelizmente não é o que ocorre e sentimos isso na pele, todos os dias.

A nossa tarefa é unir as forças da juventude e trabalhadores/as em um permanente calendário de mobilização, unindo a luta do transporte e contra Zenaldo à luta contra Temer/PMDB e a Reforma da Previdência. Portanto, na próxima quarta-feira (7/2) – no mesmo dia da reunião do Conselho de Transportes – haverá uma manifestação, para dizermos nas ruas que esse aumento não vai passar. Não aceitaremos um centavo a mais sequer. Vamos ocupar as ruas e gritar: Basta de lucro aos empresários do transporte! Não vai ter aumento! Passe-Livre estudantil, já! Rumo à tarifa zero a todos os trabalhadores/as! Auditoria imediata das contas das empresas! Prisão e confisco dos bens de Jacob Barata e todos os mafiosos do transporte! Que o dinheiro desviado seja revestido aos investimentos do setor de transportes!