Protestos contra Belo Monte chegam à Europa

Nesta manhã, cerca de 50 pessoas reuniram-se no centro da capital britânica com cartazes e faixas contra financiamentos do banco estatal brasileiro a usinas hidrelétricas na Amazônia. De acordo com a liderança do povo Juruna do Médio Xingu, Sheila Juruna, a posição da instituição é contraditória. “O BNDES é responsável por gerenciar o Fundo Amazônia, uma ação que preserva a floresta, mas ao mesmo tempo patrocina grandes projetos que a destroem”, disse a líder.

No primeiro dia em Londres, 01 de março, os indígenas foram recebidos pelo embaixador brasileiro no Reino Unido, Roberto Jaguaribe, que, segundo relato dos manifestantes, foi receptivo às queixas contra a usina de Belo Monte, mas afirmou que teria afirmado que a decisão do governo beneficiaria a todos. Ainda nesta quarta, os líderes encontrariam-se com parlamentares britânicos.

O grupo de indígenas também incluiu, além de Sheila Juruna, Almir Suruí, o chefe da terra suruí Sete de Setembro (Rondônia), afetada indiretamente pelas obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira e a líder Ashaninka, Ruth Metoquiari, cuja etnia ocupa regiões no rio Ene, no Peru, também ameaçado por projetos de barragem.

Além da Inglaterra, a turnê passou pela Noruega, país-doador com maior financiamento internacional à proteção de florestas tropicais, Suiça, onde estão as representações internacionais para os direitos humanos e também Paris.

Almir Suruí, em frente à Bolsa de Londres. “Modelo econômico que o Brasil está adotando causa danos ambientai”, disse em entrevista à imprensa.