Pelo pagamento de auxílio estudantil aos residentes da Moradia enquanto durar a suspensão de aulas e retorno das bolsas de monitoria!
Estamos atravessando uma grave crise econômica, social e política, que tem o coronavírus como um dos seus causadores. O COVID-19 se alastra pelo mundo, apresentando ameaça à população (especialmente o grupo de risco, que inclui idosos, cardiopatas, diabéticos, entre outros). Esse cenário é acentuado pela priorização do lucro frente à vida, dos governos que tentam passar a crise para a classe trabalhadora e a população pobre, para garantir os ganhos dos empresários e banqueiros no sistema capitalista.
O Governo Bolsonaro é um exemplo extremado desta política. Afirmou diversas vezes que o vírus não passava de uma “gripezinha”, deslegitimou a potencialidade do SUS e a preocupação que temos que ter com o contágio. Na contramão do que os governos têm feito, o presidente anunciou uma Medida Provisória (MP 927), que na prática mataria os trabalhadores de fome, já que daria a liberdade aos patrões de suspender o contrato de trabalho por quatro meses, sem salário. Um presente aos empresários, a miséria aos trabalhadores.
Dada a pressão popular, o governo recuou com esse artigo, mas manteve o restante da MP, que ainda permite redução de 25% do salário do trabalhador, férias coletivas, negociação com os trabalhadores sem mediação do sindicato e anistia aos crimes trabalhistas ocorridos durante o período da pandemia. No dia 24/03, Bolsonaro ainda fez uma declaração que vai contra todas as indicações da OMS e de maneira irresponsável questionou as medidas de segurança, para que “tudo volte à normalidade”, ou seja, possam prosseguir a exploração e lucro.
Defendemos que os capitalistas paguem por essa crise! O pagamento da Dívida Pública deve ser interrompido para garantir mais investimentos em saúde para todo o povo brasileiro! Nós, da juventude, temos que nos unir aos setores da classe trabalhadora e – além de manifestar a indignação pelos panelaços, que precisam continuar a ser chamados e divulgados pela UNE – construir uma ampla Greve Geral que exija direitos para preservar a vida (como a quarentena para todos aqueles que não exerçam serviços essenciais) e que coloque para fora o Governo Bolsonaro!
Na educação, não nos faltam motivos para construirmos esta luta. Na UFU, iniciamos o ano com um informe sobre cortes significativos, que já começavam a interferir em nossos institutos e faculdades, além de serviços fundamentais que não temos desde o ano passado. Agora, muito se fala em Ensino à Distância, o qual manifestamos nossa oposição, por possuir um significado histórico bem delimitado de precarização, perda de qualidade e inacessibilidade, fora a abertura de precedente para colocar este projeto em prática após a pandemia, gerando demissão de professores e falta de acesso dos filhos da classe trabalhadora ao ensino. O OFÍCIO Nº 75/2020 publicado pela Pró-Reitoria de Graduação da UFU acerta quando define que não estão autorizadas aulas em modalidade à distância.
Infelizmente, nossa reitoria não tem a mesma coerência com relação às políticas de Assistência Estudantil para os residentes da Moradia. Os estudantes tiveram o prazo de uma semana para evacuar os apartamentos, porque os trabalhadores seriam liberados – para nós, política correta – e o espaço não contaria com manutenção, nem segurança. O problema é que, como define a Portaria Proae nº 10, de 21 de março de 2020, os auxílios alimentação estão suspensos (pelo não funcionamento do Restaurante Universitário), bem como os de transporte, e, apesar de terem um auxílio emergencial para retornarem aos seus locais de origem, muitos estudantes não têm essa possibilidade – não só os que realizam estágios ou residência – mas aqueles que, como bem sabemos, são oriundos de regiões com grandes índices de propagação do coronavirus e não podem correr esse risco, nem levá-lo às suas famílias. Oferecer o auxílio apenas no primeiro mês de quarentena é fazer o mesmo que Bolsonaro: expor as pessoas a dificuldades imensuráveis e à fome.
Exigimos que a UFU pague as bolsas enquanto a suspensão das aulas durar aos residentes da Moradia Estudantil! Além disso, no dia 18/03, a PROGRAD informou que as bolsas de monitoria estão suspensas até o retorno das aulas. Infelizmente, as bolsas da graduação são, para muitos estudantes devido aos sucessivos cortes em Assistência Estudantil, uma ferramenta essencial para permanência e manutenção da própria subsistência, que independe da continuidade ou não das aulas presenciais. Nesse sentido, exigimos que as bolsas de monitoria sejam mantidas àqueles que passaram no processo até o encerramento do semestre, como estavam previstas.
Chamamos todos os estudantes à luta pela permanência estudantil e condições dignas para os filhos de trabalhadores.
Por uma Greve Geral para derrubar esse Governo!
E vamos à Luta!
Assinam a nota:
Diretório Acadêmico da Nutrição (DANUT)
Unidade da Juventude Comunista (UJC)
Diretório Acadêmico Celso Furtado (DACEF)
Movimento Correnteza
Centro acadêmico da filosofia (CAFIL)
Centro Acadêmico da História (CAHIS)
Diretório Acadêmico da Música (DAMUS)