Seguir a luta contra o Ensino Remoto/EAD na UFF e em todo o Brasil!

Quarenten geral já! Fora Bolsonaro e Mourão!

Venha construir essa luta conosco,  plenária da juventude Vamos à Luta UFF na quarta-feira 27/05, às 18h via google meet   (https://meet.google.com/its-chju-str)

 

Nós, estudantes, defendemos a ciência e sabemos da sua importância fundamental para o combate à COVID-19, nos preocupamos com a nossa formação e com nosso futuro nesse contexto caótico de pandemia, aprofundado pelo governo Bolsonaro. Alguns estudantes podem enxergar no Ensino Remoto uma alternativa para os estudos durante a pandemia. Entretanto, entendemos que essa proposta do MEC é parte da política de Bolsonaro para a precarização da nossa formação e sucateamento das universidades. Com o Future-se no fim dessa linha, o objetivo do governo é a privatização e destruição da educação pública como a conhecemos. 

Abraham Weintraub, ministro da educação, faz uma grande chantagem ao ameaçar com ainda mais cortes de verba as universidades que não aderirem ao Ensino Remoto/EAD, o que demonstra que o interesse do governo não tem nenhuma relação com uma suposta preocupação com a nossa formação. Aqui na UFF, enquanto éramos bombardeados por um questionário online para mapear o acesso às tecnologias (contraditório em si), a reitoria convocou para quarta-feira passada um Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEX) e colocou na pauta o Ensino Remoto. Somente na segunda-feira tivemos acesso à proposta da reitoria, tendo somente 2 dias para debater entre os estudantes, o que é um atropelo absurdamente antidemocrático e já mostra a má intenção da reitoria. O método antidemocrático está a serviço da política de precarização. Da mesma maneira, temos visto esse atropelo em outras universidades do país, resultado da pressão que o governo Bolsonaro faz nas universidades. 

A proposta da reitoria consistia em regulamentar o Ensino Remoto/EAD para estudantes com 75% da carga horária cursada, além de  normatizar atividades complementares e TCC de forma remota. O TCC e as AC foram aprovadas, porém a resolução do CEPEx não deixa claro se os estudantes que já haviam se inscrito no TCC terão que fazer obrigatoriamente a distância. O debate sobre disciplinas online foi adiado por 15 dias, e será feito numa nova reunião do Conselho no dia 03/06, o que foi uma vitória importante, porém precisamos seguir na luta contra a implementação do Ensino Remoto/EAD!

Na reunião do Conselho de CAs e DAs que aconteceu horas antes do CEPEx, o DCE da UFF, dirigido pelo campo majoritário da UNE, apresentou uma minuta alternativa que consistia basicamente em exigir que algumas garantias em relação ao acesso fossem dadas, mas que endossava a política da reitoria de aplicar o ensino remoto/EAD. Não é possível confiarmos um milímetro no reitor da UFF Antônio Cláudio,  que sempre atacou os setores mais fragilizados da universidade com cortes, perseguições e arbitrariedades. Queremos colocar a seguinte reflexão: Será mesmo que a UFF, que em 2019 não tinha dinheiro nem mesmo para aparar os jardins, que ficou com bandejões fechados durante meses e correu o risco de fechar as portas por falta de verba, conseguirá implementar de forma minimamente eficaz, do ponto de vista técnico, o ensino a distância? Qual vai ser a qualidade dessa formação que será entregue às pressas, de improviso? Os estudantes de baixa renda, que não tem computadores próprios ou dividem o equipamento com vários membros da família, não possuem acesso a internet de qualidade e estável, vivem em casas com diversas pessoas por cômodo, terão como acessar essas aulas? É impossível aplicar essa proposta sem ser de forma excludente, precária e desigual.

Se o governo já ameaça as universidades para implementarem as aulas remotas/EAD, uma vez implementado, mesmo que para uma pequena parcela, com certeza vai seguir pressionando para que a adoção desse método seja crescente. Por isso, acreditamos que, além de técnico, o debate sobre Ensino Remoto/EAD é, antes de mais nada, um debate político! O ensino remoto, ainda mais totalmente improvisado com está sendo proposto, significa uma precarização do ensino. E torna mais brutal ainda a desigualdade, em um país em que grande parte da população não tem acesso a internet de qualidade e muitos estudantes seriam impossibilitados de acompanhar as aulas. A prioridade nesse momento deveria ser a quarentena, com assistência aos estudantes que estão em situação de vulnerabilidade, garantindo que não será cortada nenhuma bolsa de estágio ou de assistência e criando uma bolsa emergencial de combate à COVID-19 e distribuindo alimentos, por exemplo. Infelizmente, o DCE da UFF se comporta como correia de transmissão da política do reitor Antônio Cláudio, quando deveria representar o interesse dos estudantes. 

Leia mais sobre nossos posicionamentos em: https://vamosaluta.com.br/2020/05/15/uff-suspender-o-calendario-academico-e-priorizar-as-vidas/  

Nos comentários da transmissão ao vivo do Conselho de CAs e DAs, centenas de estudantes da UFF se posicionaram totalmente contrários a qualquer forma de ensino remoto ou a distância. Esse foi o posicionamento que nós da juventude Vamos à Luta defendemos na reunião junto a diversos Centros e Diretórios Acadêmicos: rejeitar a minuta do DCE e da reitoria, com uma proposta de que o movimento estudantil da UFF construa uma campanha de mobilização contra o Ensino Remoto e em defesa de políticas de assistência estudantil. Essa proposta, ainda que não tenha sido aprovada, contou com o voto de 31 entidades estudantis. 

 

ENSINO REMOTO NÃO!  

FORA BOLSONARO E MOURÃO! QUARENTENA GERAL JÁ!

 

A pandemia do Coronavírus avança no Brasil, somando mais de 20 mil mortes. O governo de Bolsonaro e Mourão está conduzindo o país para ser o novo epicentro mundial da pandemia, com todo o seu negacionismo. Pressiona para que as atividades econômicas sejam retomadas, como se nada estivesse acontecendo, enquanto se aprofunda a crise econômica, as demissões e cortes de salários. Vivemos o drama do auxílio emergencial, com todas as dificuldades de acesso, atrasos das parcelas, fraudes e a própria insuficiência do valor. O assassinato do menino João Pedro, de 14 anos, assassinado na sua casa, em São Gonçalo mostra que a juventude das favelas e periferias do Rio de Janeiro vive com uma arma apontada para sua cabeça, com o governador Witzel intensificando sua política de genocídio. A juventude que vive em meio a essas condições, vai se adaptar a uma realidade de estudar online como?

A prioridade máxima hoje deveria ser a garantia das vidas, quarentena geral, investimento em leitos, respiradores e EPIs aos trabalhadores essenciais. No entanto Bolsonaro segue na contramão, tentando acabar com o já insuficiente isolamento social. 

O DCE da UFF diz que é “impossível derrotar o Ensino Remoto” e por isso teríamos que ter uma proposta “menos pior”. De fato, a pandemia nos impõe uma dificuldade muito grande de mobilização. Mas foi a pressão e a mobilização virtual dos estudantes que garantiu o adiamento no ENEM, numa derrota acachapante do governo Bolsonaro no senado federal. Os trabalhadores da saúde tem feito atos simbólicos para denunciar as condições absurdas de trabalho e a falta de EPIs. Mesmo com todas as limitações da pandemia, está claro que é possível ter luta.

É urgente construir uma campanha nacional de mobilização contra o ensino a distância. Esse é o papel que deveria cumprir a UNE a nível nacional e o DCE da UFF localmente. Como está claro que o DCE não quer lutar contra o ensino remoto, propomos que todos os setores da universidade que estejam contrários a esse projeto de precarização da educação construam uma campanha de mobilização para derrotar o projeto da reitoria, com atos virtuais, “comentaços” na pagina da reitoria, pressão por email nos conselheiros do CEPEx e todas as táticas de mobilização que estiverem ao nosso alcance. Achamos que essa campanha deve ser encabeçada pelos centros acadêmicos que votaram contrário ao ensino remoto no Conselho de CAs e DAs. Chamamos também a unidade com a ADUFF, sindicato que representa os professores, e ao SINTUFF, sindicato dos trabalhadores técnico-administrativos que já vem mobilizando sua base por condições mínimas de trabalho, EPIs e testagem massiva aos trabalhadores do HUAP e enfrentando a reitoria no tema do trabalho remoto. Unificar também com a luta impulsionada pelos Fóruns de luta de Niterói que realizará no dia 27/05 às 8h um ato nas barcas contra a absurda proposta do prefeito Rodrigo Neves, que conta com o apoio do reitor da UFF Antônio Cláudio, de flexibilizar o isolamento social. 

A nossa luta contra a reitoria de Antônio Cláudio e o ensino remoto na UFF é parte de uma luta nacional contra o governo Bolsonaro. Por isso, essas mobilizações têm que ser coordenadas em todas as universidades, em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, para não permitir que a pandemia seja utilizada como pretexto para precarizar a educação. Além disso, é necessário derrotar toda a política do governo Bolsonaro, colocar para Fora Bolsonaro e Mourão e garantir quarentena geral já, com direitos. Só colocando o general e o capitão pra fora podemos conquistar um plano  alternativo de combate ao coronavírus: Os ricos que tem que pagar a conta! Defendemos suspensão do pagamento da dívida pública, taxação das grandes fortunas e estatização dos bancos. Que esse dinheiro seja destinado para garantir salário, assistência estudantil, o pagamento de um auxílio emergencial de no mínimo um salário mínimo e financiamento à pesquisa no Brasil.