UNICAMP: DEFENDER A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL!

Em meio a pandemia de COVID-19, os governos estaduais seguem o mesmo projeto de Bolsonaro: retirada de direitos, demissão em massa, cortes das áreas sociais, fim da quarentena e como consequência crescimento das mortes, violência e pobreza. Bolsonaro segue aplicando sua linha genocida e negacionista, fruto disso estamos chegando a 110 mil mortos (oficialmente) no Brasil e 30 mil vidas perdidas no estado de SP, enquanto trilhões estão indo para os bancos e empresários. As escolas estão voltando às aulas em diversos estados, setores não essenciais no combate à pandemia seguem trabalhando e os governos não garantem condições mínimas para que uma quarentena geral e efetiva possa ser aplicadas.

A UNICAMP, segue se propagandeando como um exemplo, mas a realidade é bem mais dura do que o conto do Reitor Marcelo Knobel. Desde o ano passado vem ocorrendo demissões de trabalhadores terceirizados da Universidade. Há poucos meses o Governo de João Dória (PSDB) cortou R$72 milhões da UNICAMP, e mesmo estando mergulhados na pandemia, houve demissões de trabalhadoras/es da saúde, processo que sobrecarrega e precariza ainda mais quem está na linha de frente do enfrentamento à COVID-19, no HC. Infelizmente assim como em vários Hospitais, também perdemos trabalhadores da saúde. Desde o início de 2020 uma nova onda de demissão de terceirizados retornou, e esses trabalhadores denunciaram em dois atos que nem o último salário foi pago, nem os direitos pelos anos trabalhados. O número de demitidos é incerto, porém os trabalhadores já chegaram a falar de 500 mães e pais de família na rua!

Ataque ao conjunto dos estudantes!

Atuando como aplicadora das Políticas do Governo Dória, a Reitoria apresentou na reunião da CEPE de 11 de Agosto, profundas alterações dos critérios de concessão de Bolsa Permanência na UNICAMP. Essa proposta prevê critérios meritocráticos para bolsas, impor um tempo máximo para contemplação dos estudantes, o que não existia antes, desconsiderando a situação social dos alunos, que está piorando por conta da crise econômica e da pandemia, e aplicando restrições de bolsa permanência para a Pós-Graduação.

Em um momento de pandemia, em que dezenas de milhares de famílias já foram atingidas por mortes, violência, demissões, suspensão dos contratos de trabalho e salário e etc, é inimaginável que o conjunto dos estudantes da UNICAMP consiga se formar no período regular. A pressão psicológica já há anos é ponto de debate dentro das Universidades, devido a transtornos como ansiedade, síndrome do pânico, depressão etc. Em 2020 já vimos que esse quadro só piorou, com muitos estudantes trancando a matrícula! Mais ainda porque em nossa Universidade o Ensino Remoto(ER) foi aplicado praticamente desde a 2asemana de Março!

Infelizmente a Direção majoritária da UNE (PCdoB/PT/LPJ) não encampa a luta contra o Ensino Remoto Emergencial em nenhuma Universidade do país. E na UNICAMP, onde a UJS dirige o DCE o quadro se repete! Nenhum debate, nenhuma assembleia, sequer Plenária dos Estudantes em 8 meses! A entidade diz ser contra os cortes nas Universidades, contra o ERE, mas não convoca nem constrói de fato as lutas. A UNE deve passar das palavras a ação concreta no movimento estudantil, convocando os estudantes a lutar contra os cortes e pela rejeição total da proposta de ajustes da reitoria!

Nesses últimos meses vários CAs construíram Plenárias, assembleias, formulários e atividades para debater o Ensino Remoto, e a resolução aprovada na Plenária do CACo (Centro Acadêmico de Computação) é sintomática: não há condições objetivas de seguirmos com as aulas onlinee por isso os/as estudantes reivindicam a suspensão dessas atividades. Infelizmente devido a linha da Direção majoritária da UNE e a atuação errante da Oposição de Esquerda não houve atividades nacionais contra a aplicação do ERE.

A indignação da juventude com as péssimas condições de ensino em períodos de pandemia impulsionou uma reunião nacional chamada pelos estudantes da UnB e UFPA, e moveucentenas de pessoas na última reunião, com a aprovação de um manifesto nacional contra o Ensino Remoto e um chamado nacional a um ato no dia 14 de Setembro. Uma enorme vitória contra mais esse ataque ao movimento estudantil!

Mobilizar contra os ajustes de Dória/Bolsonaro!

A vitoriosa assembleia de 20 de Agosto, com a presença de mais de 600 pessoas foi um demonstrativo do quanto essa proposta ataca os estudantes e fruto dela foi chamado um ato para o dia 1ade Setembro, contra a alteração do critério de concessão de bolsas! Esse ato é fundamental para barrarmos o ajuste de Dória, porém esse não é um ajuste pontual.

Dória colocou em tramitação o PL 529, que prevê o confisco de R$1 bilhão das Universidades Estaduais (USP, UNICAMP e UNESP) e da FAPESP (Fundo de Amparo à Pesquisa), juntas essas Instituições produzem 40% das pesquisas no Brasil. Se esse ataque for aprovado paralisará até mesmo as pesquisas sobre COVID-19!

O PL529 também prevê a extinção de mais de 10 autarquias e fundações, como a Fundação Parque Zoológico de São Paulo, a Fundação para o Remédio Popular (Furp) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que teriam suas funções transferidas à iniciativa privada ou absorvidas por outras instituições ligadas ao estado.

Dória quer passar a conta da crise para toda população em vez de cobrar dos maiores devedores da Dívida Ativa do Estado, que está em mais de R$340 bilhões (segundo a PGE). A Vivo Telefônica por exemplo deve R$3,4 bilhões; o Grupo Pão de açúcar R$3,3 bilhões; a TIM R$2,6 bilhões e a Sadia R$1,6 bilhão. Essa inversão é o verdadeiro motivo da pobreza extrema, dos ataques à educação e saúde, da demissão dos terceirizados, e das alterações que a Reitoria quer fazer para concessão de bolsas na UNICAMP! Por isso é fundamental levantarmos a bandeira da suspensão e pagamento da dívida do Estado de SP e também do Brasil!

Por isso, convocamos todos e todas à Reitoria, a partir de 9h da manhã do dia 1ade Setembro! O conjunto dos CAs e o DCE precisam encampar a luta desde já que inclua a defesa e manutenção de todos os empregos, a supressão total da proposta de alteração das bolsas, a luta contra o PL529 e derrubar a EC95 (teto de gastos). Nesse sentido é necessário também debater e lutar contra o pagamento da Dívida Pública, que transfere mais de 40% do orçamento nacional para o bolso dos banqueiros.

É possível derrotar Dória e Bolsonaro, e por isso chamamos a Reitoria a rejeitar o papel de aplicador dos ajustes, a se unir aos estudantes, técnicos e professores e lutar contra os ataques de Dória e Bolsonaro!

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