É preciso concretizar um calendário de lutas contra os cortes e em defesa da assistência estudantil.
Chegamos a quase um ano de pandemia e a suspensão das aulas nas universidades federais. Enquanto a contaminação e as mortes por conavírus não param, chegando a situações lastimáveis em todo o país, o governo Bolsonaro e a ganância das indústrias farmacêuticas impedem uma vacinação ampla no Brasil (http://cstpsol.com/home/index.php/2021/02/16/campanha-internacional-nao-as-patentes-das-vacinas-para-a-covid-19/) e se aproveitam para passar a boiada de ataques preparando uma diminuição de 1,4 bilhões no orçamento da Educação.
Nesse contexto , seguimos defendendo que só é possível ter aulas presenciais quando toda a população estiver vacinada, uma vez que o retorno as aulas se comprovado como agravantes para as contaminações.
Na contramão dessa necessidade a direção majoritária da UNE aprovou uma nota em que defende o retorno presencial por meio de regime de “ensino híbrido” defendendo apenas que sejam cumpridas as orientações da OMS e se posicionando mais uma vez junto com as reitorias e contra as necessidades dos estudantes e trabalhadores como fez em relação ao ensino remoto.
Os estudantes tiveram a experiência com o ensino remoto que a direção majoritária da UNE ajudou as reitorias a passar com o argumento de que as condições seriam garantidas. Infelizmente, o que nós e as diversas campanhas contra o ensino remoto avisavam se confirmou: as promessas não passavam uma falácia para que o movimento estudantil não resistisse. Em universidades como a UFPA e a UFU, os calouros já foram matriculados automaticamente e a matrícula é agora obrigatória, além de os bolsistas precisarem cursar as disciplinas para garantir sua subsistência. Em todos os cantos a desistência e a evasão se aprofundaram pela insuficiência dos auxílios para compra de computadores e internet e a impossibilidade de haver acesso a essa modalidade excludente e privatista de “ensino”.
Também avançou a precarização do ensino e na assistência estudantil. Na estadual Unicamp, encontramos uma situação escandalosa da moradia estudantil. Há atraso de bolsas na Unirio e em várias universidades. Como acreditar que num momento que predominam os cortes, o MEC e as reitorias vão garantir o cumprimento de normas de saúde num regime de ensino?
Não é possível garantir a segurança de todos e não é do interesse do governo genocida de Bolsonaro nem das reitorias. A juventude precisa estar ao lado dos trabalhadores contra as demissões, a privatização, o genocídio (como fazem os trabalhadores da Ford e do Banco Central), para exigir que não tenham cortes na educação e na Assistência Estudantil, contra a Reforma Administrativa e por uma agenda de vacinas disponíveis para conter o avanço da pandemia, o perigo das variações do vírus; a fim de voltarmos às aulas sem colocar nossas vidas em risco. Assim, nos somamos à agenda de lutas, expressando a urgência de ampliá-la para conter o genocídio e colocar para fora o governo Bolsonaro/Mourão.
Construir o dia 25 e convocar um calendário de lutas
A UNE orienta um calendário de lutas contra os cortes e o governo, no dia 24 haverá ações nas redes pelo financiamento da educação e por assistência estudantil e o dia 25 foi chamado como dia de luta pelo Fora Bolsonaro e contra os cortes, mas essa data quase não está sendo divulgada e não houve um chamado concreto de ocupar as ruas.
Nesse sentido, nós da Juventude Vamos à Luta ressaltamos a necessidade de ocuparmos as ruas, superando os limites da institucionalidade e das redes sociais, por vacina, auxílio emergencial e contra Bolsonaro, o verdadeiro responsável pela realidade na qual nos encontramos.
A UNE precisa convocar um novo calendário de lutas e construi-lo na base. É fundamental também que os setores da oposição de esquerda pressionem nesse sentido e vemos como muito positivo que estejam tentando construir o dia 25 nas universidades onde atuam.
Por que defendemos atos de rua?
A direção majoritária da UNE segue o argumento das direções do movimento de que não é possível convocar atos presenciais em função da Pandemia, no entanto e contraditoriamente, defende a linha de retorno híbrido das aulas “com todas medidas de segurança possíveis.”
Questionamos, então: não podemos chamar a juventude para as ruas mas podemos nos expor e expor toda a comunidade acadêmica (docentes, técnicos, terceirizados e outros trabalhadores) todos os dias?
Sabemos que o ideal era não precisar fazer mobilizações em meio à pandemia mas os ataques e a retirada de direito não deixam outra alternativa. É necessário lutar e foi por essa necessidade que fomos as ruas em 2020 para barrar as intervenções nas reitorias. O movimento negro norte-americano pra defender vidas negras; as argentinas foram as ruas em defesa da vidas mulheres durante a votação da lei que garantiu a legalização do aborto assim como atualmente os espanhóis lotam as ruas contra a repressão. Logo se trata de uma necessidade categórica: é preciso tomar as ruas para defender nossas vidas e nossos direitos.
Por Vacina para todos já, com quebra das patentes e valorização do SUS.
Fortalecimento da Assistência Estudantil e contra o corte do MEC.
Contra a Reforma Administrativa, as demissões, o desmonte e privatizações em curso.
#VoltaAuxilioEmergencial
AULAS PRESENCIAIS SÓ COM VACINA!