MULHERES NA RUA NO 3J PARA DERRUBAR O GOVERNO GENOCIDA 

Manifesto da Juventude Vamos à Luta ao  9° EME

No dia 24 de Junho se iniciou o IX Encontro de mulheres estudantes da UNE, de forma virtual. Amanhã, 01/07 ocorre a Plenária Final. 

A realização se dá em meio a pandemia de COVID-19 que, combinada à crise econômica e às políticas dos governos, aprofunda as desigualdades de gênero em todas as suas dimensões, com o aumento da feminização da pobreza, o aumento da carga de tarefas de cuidado para as mulheres, o crescimento exponencial da violência de gênero e dos feminicídios, além da restrição do acesso aos direitos sexuais, reprodutivos e não reprodutivos.

Aqui no Brasil, o governo de ultra direita de Jair Bolsonaro e Damares é escandalosamente machista, misógino , genocida e negacionista. Por isso, nós mulheres da Juventude Vamos à Luta acreditamos que a tarefa número um do movimento feminista brasileiro precisa ser a derrubada desse governo!

Os mais de 500 mil mortos por coronavírus no país, a lentidão absurda da vacinação da população regada a escândalos de corrupção – vide as demonstrações da CPI, com direito a propina e superfaturamento – e os cortes na educação, para as mulheres há ainda uma outra realidade muito amarga. Além da intensa sobrecarga com as tarefas reprodutivas: os cuidados com a casa, alimentação, familiares e crianças, somado ao injusto e excludente ensino remoto, em muitos casos combinado com o trabalho remoto ou com a rotina de ter que sair para trabalhar sem ter com quem deixar os filhos. Somos as trabalhadoras da saúde, as caixas de supermercado, as professoras que lutam contra a reabertura das escolas. E somos também a maioria entre os desempregados e subocupados do país. 

Temos hoje a menor taxa de ocupação feminina do mercado de trabalho desde a década de 90, amargamos a alta absurda dos preços dos itens de alimentação mais básicos (média de 29% na inflação dos alimentos), alta nos aluguéis e redução drástica no valor do auxílio emergencial, que, se já não era suficiente, hoje não garante praticamente nada. 

A política do governo Bolsonaro impede o exato levantamento dos dados sobre a violência contra a mulher no país. A ministra anti-feminista Damares aplica a política de proteção a estupradores, de transfobia, e permite que as violências contra mulheres e meninas sigam acontecendo por todo o país. Num levantamento feito pela Folha (1), o número de feminicídios cresceu em 2020, mas é certamente ainda maior do que o número levantado. Em 2021, explodiram vários casos de mulheres esfaqueadas,  além de denúncias de assédios sexuais, como no caso da CBF e do colégio Santo Inácio, no Rio.

Unificar as mulheres no #ForaBolsonaro

Desde 2015 as mulheres têm dado intensas respostas nas ruas, contra os governos patriarcais e contra os seus agressores. E, mesmo durante a pandemia, não tem sido diferente. Aqui no Brasil, fomos às ruas pra exigir justiça por Mariana Ferrer. Nas suas categorias, as mulheres lutam por reajustes dignos, contra a reabertura das escolas, por vacina para todas.  contra a Na Argentina a gigante luta da maré verde permitiu a conquista histórica da legalização do aborto. No Chile, na Colômbia e no Uruguai, as mulheres, especialmente as jovens, tem sido linha de frente das mobilizações contra os governos. 

Aqui no Brasil, os dias 29 de maio e 19 de junho mostraram o caminho: para colocar Bolsonaro para fora, precisamos seguir nas ruas! Por isso, a UNE tem que usar este Encontro de Mulheres Estudante para organizar toda a mulherada estudante do país para os dias 03, 13 e 24 de julho. Essa precisa ser a tarefa fundamental deste encontro! As feministas precisam organizar esses dia de luta nas suas cidades, e é fundamental que a direção da UNE realize assembleias nas universidades, convencendo as e os estudantes a ocuparem as ruas em defesa da educação e por vacina. Não podemos esperar 2022, as mulheres que fizeram o #EleNão precisam agora construir o #ForaBolsonaro. A UNE e as organizações feministas que compõem este EME precisam mobilizar suas bases para as mobilizações dos dias 03, 13 e 24 de Julho.

A política econômica de Bolsonaro coloca hoje sobre as mulheres trabalhadoras a conta da crise econômica. E por isso também precisamos nos enfrentar. Contra a Reforma Administrativa, que ataca principalmente as mulheres, contra os cortes na educação, por mais assistência estudantil e bolsas de pesquisa, na graduação e na pós. Por auxílio de pelo menos 1 salário mínimo e geração de empregos com direitos! Precisamos também de verbas para o combate à violência contra a mulher, para prestar apoio às vítimas. Para investimento massivo no SUS e realização de concursos públicos.

Quando os governos dizem que não existe dinheiro para isso no país, precisamos apontar formas alternativas de economia: queremos que os empresários, banqueiros e bilionários paguem a conta dessa crise! Por isso, precisamos lutar contra essa política econômica de fome, exigindo a taxação das grandes fortunas e dos lucros das grandes empresas e a suspensão do pagamento da Dívida Pública. 

Por Kathlen Romeu, por Vytória Melissa, por Mariana Ferrer, por todas as mulheres vítimas de violência, mães, negras, LBTs, pobres, desempregadas! Por educação pública, de qualidade e é Por aborto legal, seguro, gratuito e realizado pelo SUS!