No meio dessa crise a UnB não tem orçamento suficiente para suas despesas, ficando um déficit de 92 milhões de reais.
A verba para o custeio (água, luz, restaurante universitário) teve um corte de 150 milhões entre 2016 e 2018. Com a EC 95 do teto de gastos foi estabelecido pelo MEC que os gastos com custeio na UnB tem um teto de 137 milhões, capaz de pagar apenas 64% das despesas necessárias. Por conta do teto não se pode nem usar o total de dinheiro arrecadado pela própria universidade: dos 168 Milhões arrecadados fica disponível só 110 milhões, o restante vai para conta do país.
A reitoria escolheu seu lado: demissões e ataque a permanência
A reitoria reclama por não poder usar todo o dinheiro arrecadado e até crítica a EC 95, mas para lidar com a crise escolheu jogar ela nas costas dos estudantes e trabalhadores.De R$2,50 querem aumentar o bandejão para R$6,50 (aumento de 160%!) e demitir 1100 estagiários da universidade, um brutal ataque a permanência estudantil que sem grana e sem comida não vão conseguir se manter.
No ano passado já tinham sido demitidos 118 terceirizados e 50 vigilantes. Agora anunciam a demissão de 55% dos terceirizados e uma redução de 15% no valor dos seus contratos.
A resposta dos estudantes e trabalhadores é a mobilização

Com ataques por todos os lados, alunos, professores e funcionários da UnB fizeram um protesto no dia 10/04 em frente o Ministério da Educação, exigindo mais verbas e contra as medidas da reitoria-governo Temer. Duramente reprimidos pela polícia houveram estudantes feridos e detidos.
Após o ato os estudantes a sede da FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), exigindo libertação dos detidos e uma reunião com o MEC. Foi impedido a entrada de alimentos e da advogada, seguindo o tratamento autoritário e repressivo da polícia militar. O prédio foi desocupado de noite, após ser fechado um acordo onde seria feito no dia 12/04 uma audiência pública na UnB, contando com a comunidade acadêmica, Reitoria e MEC.
O papo é que o MEC não cumpriu nem com o acordo da audiência. No dia 12/04 rolou uma assembleia geral massiva que decidiu ocupar a reitoria da UnB exigindo mais verbas, contra as demissões e o aumento do bandejão, em defesa dos estudantes e trabalhadores.
Nós por nós: Nenhuma confiança no MEC, Reitoria ou Governo!
Não podemos depositar todas as nossas forças no sentido de fazer acordos ou sentar para negociar com o MEC, o que eles querem é acabar com a mobilização o quanto antes sem nos garantir nada.

A mídia e o governo vem numa campanha permanente para tentar criminalizar a luta dos estudantes, mas criminosos são os responsáveis pela situação que está a UnB e os ataques contra a Educação: Temer, Rossieli Soares (novo ministro da Educação) e Reitoria. Enquanto as universidades agonizam, 47,5% do PIB do país é dada para banqueiros com o pagamento da dívida pública, e ainda vem dizer que não tem dinheiro?! A luta dos estudantes da UnB é em defesa da Educação e universidade pública, gratuita e de qualidade; quem vem desmontando tudo são eles, não a gente.
Só a mobilização é capaz de nos garantir vitórias e a luta na UnB é um exemplo a ser seguido para derrubar Temer junto dos seus ataques. Pra isso precisamos de uma paralisação nacional na Educação! A UNE, ANDES-SN e a FASURA, junto aos DCEs e CAs devem realizar assembleias e organizem a luta nas universidades, com um forte paralisação nacional contra o desmonte da educação pública superior e para garantir a permanência.
Todo apoio a ocupação da reitoria da UnB!
Por uma paralisação nacional na Educação!