Ataque histórico deixa as humanidades e artes de fora do PIBIC

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em sua última chamada de 2.500 bolsas de iniciação científica do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) não ofertou nenhuma bolsa para a área de humanidades e artes, em um ataque histórico aos estudantes. Ofertou a totalidade das bolsas para ciências exatas, engenharias e ciências biológicas, excluindo as humanidades e artes do edital. Sem dúvida, essas áreas são importantes, no entanto as Artes, História, Ciências Sociais, Filosofia, Pedagogia e outros são áreas muito necessárias para a ciência brasileira, sem dúvida merecem igual importância em investimentos.

O desenvolvimento da área das humanidades no Brasil tem em sua história diversos pensadores brasileiros que são referências para suas áreas do conhecimento, como é o caso de Paulo Freire que tem sua pedagogia adotada por diversas escolas nos EUA e na Europa, Milton Santos que foi vanguarda ao pensar a globalização nos países periféricos, para citar alguns.

A pandemia tem explicitado os desafios sociais que a desigualdade agudiza, os quais poderiam ser pesquisados por cientistas sociais, e os desafios filosóficos que nos impõe a mudança acelerada provocada pelo vírus sem dúvida dariam temas e mais temas a serem pesquisados pelos estudantes brasileiros. As artes tem se mostrado essenciais durante a pandemia para manter a saúde mental e expressar subjetivamente as reflexões a respeito de mudanças sociais. Além disso essas ciências também são auxiliares para ciências exatas, engenharias e ciências biológicas, as quais precisam de aportes das humanidades para acontecerem.

A pesquisa a nível nacional tem sofrido diversos ataques e cortes ao longo das últimas décadas, sem dúvida Bolsonaro se tornou o inimigo n°1 da educação. O governo é composto por terraplanistas, criacionistas e nega a ciência em todos os sentidos. Recentemente durante a crise do coronavírus, tem se descumprido abertamente todas as orientações de virologistas sérios e vem minimizando a gravidade da pandemia.

Nesta semana, completa-se um ano do tsunami da educação, quando enfrentamos nas ruas os cortes de 30% nas verbas para a educação pública federal. Conseguimos, como conquista daquela mobilização a liberação de parte da verba que havia sido cortada. Para derrotar esse ataque às humanas e por para fora Bolsonaro e Mourão precisamos nos mobilizar. Precisamos de novos dias nacionais de mobilização com panelaços. Contra o ensino a distancia,  os cortes no PIBIC, manutenção das bolsas da CAPES e CNPq para os pós-graduandos para que não se aproveitem da pandemia para precarizar (ainda mais) a educação pública.