O novo Código Florestal legitima a violência no campo!

José Cláudio e sua esposa Maria do Espírito Santo foram executados por pistoleiros quando retornavam de moto para Nova Ipixuna, no início da manhã do dia 24/05. Eram dirigentes sindicais da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Projeto de Assentamento Agroextrativista em Ipixuna do Pará. Mais uma vez, lutadores sociais foram assassinados. Desde 1997 o casal denunciava a destruição das florestas pelos madeireiros e sofriam ameaças de morte. O casal realizava luta semelhante a de outra vítima da ganância do agronegócio, a irmã Dorothy Stang.
No mesmo dia em que trabalhadores rurais pagavam com sangue o preço de sua luta, a câmara dos deputados devastava o código florestal, aprovando o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB), que permite culturas nas APP’s (Áreas de Preservação Permanente) e anistia produtores que desmataram até 2008. A emenda de nº 164, proposta pelo PMDB, que retira da esfera federal para a estadual a regularização ambiental enfraquece o IBAMA como órgão que combata os crimes. A aprovação desse projeto legitima a impunidade e a farra ilegal dos que lucram com os recursos da floresta.
O Coletivo Estudantil Vamos à Luta repudia o assassinato dos companheiros José Cláudio e Maria do Espírito Santo. Suas mortes não podem ficar impunes, assim como os demais crimes contra sem-terras e ambientalistas. É preciso impedir a aprovação do Novo Código Florestal, que permitirá a legalização da violência no campo e o perdão para as quadrilhas que saqueiam as florestas, fragilizando o IBAMA e toda a legislação ambiental do país.
José Cláudio e Maria, presentes!
Coletivo Estudantil Vamos à Luta, DCE UNAMA, Grêmio Estudantil Ulysses Guimarães, CAGE-UFPA