O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, pediu demissão neste sábado. A decisão veio após a publicação de reportagem na edição deste fim de semana da revista Veja, que afirma que o secretário, auxiliar direto do ministro Wagner Rossi, tinha relações com um lobista que atuaria dentro do ministério, defendendo interesses de empresas. Ortolan nega ter cometido irregularidades.
Mais cedo, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, tinha divulgado uma nota respondendo à reportagem, que afirmou que ele teria envolvimento com o lobista Júlio Cesar Fróes.
“Repudio as informações constantes da reportagem que tratam de Júlio Fróes, apresentado pela revista como meu amigo, segundo palavras atribuídas a ele. Nunca participei de reunião com este senhor. Não desfruta de minha amizade e nem de minha confiança. Reafirmo: não é meu amigo”, disse o ministro na nota.

Conforme a publicação, Fróes prepara editais, analisa processos de licitação e cuida dos interesses de empresas que concorrem às verbas. “Informo que encaminho, imediatamente, à Controladoria Geral da União (CGU), pedido de investigação sobre os procedimentos relativos à contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP) e da Gráfica Brasil pelo Ministério da Agricultura, citadas na reportagem como alvos de irregularidades”, divulgou Wagner Rossi. Na tarde de quinta-feira, o repórter da Veja Rodrigo Rangel foi agredido por Fróes durante uma entrevista.
Leia abaixo a íntegra da nota de Milton Ortolan, divulgada pela assessoria do Ministério dos Transportes.
Nota à imprensa
Milton Ortolan repudia matéria publicada na revista Veja, em 6 de agosto
Brasília (06/08/2011) – Repudio as informações publicadas de que sou conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério da Agricultura, conforme aponta reportagem.
Em relação ao senhor Júlio Fróes, informo que o conheci por ocasião do início do processo de contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP). Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP.
Desconheço a mencionada reunião realizada na Assessoria Parlamentar do Ministério da Agricultura para distribuição de “propina”.
Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular.
Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem.
Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Solicito que sejam feitas investigações em todos os níveis considerados necessários. Coloco-me à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos.
Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência.
Brasília, 6 de agosto de 2011
Milton Ortolan
Com Portal Terra