JUVENTUDE NA LUTA CONTRA BOLSONARO!
Bolsonaro é o inimigo número 1 da juventude!
Bolsonaro vai encabeçar a partir do ano que vem um governo de ataque aos direitos da juventude e dos trabalhadores. Sua equipe de ministros mostra a quem esse governo vai servir: Ao fundamentalismo religioso, aos militares de alta cúpula, o mercado financeiro e os grande tubarões do ensino. Quer acabar com nosso direito a aposentadoria com uma reforma da previdência e aprofundar a retirada de direitos trabalhistas. Quer entregar nossas riquezas ao grande capital com uma série de privatizações das estatais. Seu guru econômico, Paulo Guedes, se inspira no modelo neoliberal da ditadura de Pinochet no Chile, que deixou os idosos na miséria e a juventude sem direito à educação. O futuro presidente prepara uma política ainda mais subserviente ao presidente dos EUA Donald Trump do que os últimos governos. Quer tirar nossos direitos trabalhistas e privatizar nossa previdência justamente para dar mais lucro aos parasitas do mercado financeiro Norte-Americano. Vai seguir destinando metade do orçamento do país para esses parasitas, enquanto faz mais arrocho nas costas do povo. Além de querer entregar nossas riquezas, como a Petrobras, para o capital internacional.
O indicado a ministro da educação de Bolsonaro, Vélez Rodriguez, defende mais corte de verbas no MEC, quer cobrar mensalidades e privatizar universidades, além de atacar a autonomia das instituições federais propondo que interventores militares comandam as universidades no lugar de reitores eleitos. Rodriguez defende que o golpe militar de 1964 é motivo de comemoração e vai tentar silenciar todos os setores oprimidos da sociedade, como indígenas, mulheres, negros e negras e LGBTs, que nos últimos anos vem se levantando por seus direitos.
Não vão nos calar: Em defesa da educação livre, pública, gratuita e de qualidade!
Bolsonaro e Vélez Rodriguez dizem que o problema da educação é uma suposta “doutrinação marxista”. Quem diz isso, não conhece a realidade das escolas brasileiras. Os sucessivos cortes de verba dos governos no últimos anos, de FHC, Lula, Dilma e Temer, sucatearam a educação básica. Faltam professores e estrutura para o ensino. A EC 95, aprovada por Temer com voto favorável de Bolsonaro, limita por 20 anos o investimento em educação, o que vai fazer avançar ainda mais a precarização do ensino. É um projeto de estrangulamento das áreas sociais, enquanto os banqueiros e grandes empresários desse país seguem tendo lucros recordes com o pagamento da dívida pública.
Defendemos a liberdade de ensino! Escola é sim lugar de promover o debate crítico de ideias, de combater o racismo, machismo e LGBTfobia. É necessário lutar para barrar o projeto “Escola sem partido” e revogar a EC 95, em defesa da educação pública de qualidade. Propomos que a UNE toque uma campanha nacional sobre o Escola sem Partido, com cartazes, palestras e atividades nas universidades, para preparar a luta nas ruas contra a mordaça nas escolas.
Como chegamos até aqui?
Jair Bolsonaro conseguiu capturar o sentimento generalizado de indignação com a crise econômica, social e o rechaço aos principais partidos do sistema político: PSDB, MDB e principalmente o PT, que governou o país por 13 anos. É preciso entender os erros do governo Lula e Dilma que levaram muitos a darem esse voto errado na extrema-direita. O PT traiu os trabalhadores, retirou direitos com a reforma da previdência de Lula de 2003 e com o ajuste fiscal do governo Dilma. Governaram para os banqueiros e grandes empresários do país. Deixaram um legado de crise, desemprego e o envolvimento a fundo em diversos esquemas de corrupção. E ao longo dos seus governos fortaleceram diversos setores ultra-conservadores que hoje são base de apoio do futuro governo Bolsonaro (PSL). Como o fundamentalismo religioso, o reacionário agronegócio e os militares que nunca foram julgados por seus crime da ditadura, o que abriu espaço para hoje os torturadores da 64 voltarem ao centro do jogo político.
A juventude mostra o caminho!
Somos a geração que esteve nas ruas em junho de 2013, que lutou contra as arbitrariedades da FIFA em 2014, que ocupou sua escola e universidade em 2015 e 2016, que esteve junto à classe trabalhadora na maior greve geral da história do país em 2017 e que hoje está à frente da luta contra Bolsonaro. Isso ficou claro nos atos de rua do #EleNão, quando a juventude atendeu massivamente o chamado do movimento feminista. E também no movimento Vira Voto do segundo turno, quando surgiram diversos comitês de base para organizar panfletagens, de forma bastante espontânea e muitas vezes passando por fora da direção da campanha do Haddad. Enfrentamos também a repressão arbitrária do TRE às universidades durante as eleições e nossa luta obrigou o STF a derrubar as liminares que proibiam nossas panfletagens e bandeiras Anti-Fascistas nas universidades.
UNE, UBES, ANDES e FASUBRA devem unificar em um calendário de luta da educação federal
É com esse espírito e muita disposição de luta para barrar os ataques de Bolsonaro que vamos ao CONEB da UNE no ano que vem. É necessário que esse espaço reflita o papel que a juventude tem hoje e que aponte calendários unificados de luta, para serem construídos no país inteiro por cada CA e DA presente no encontro. Além disso, é necessário apontar uma unidade dos estudantes com os trabalhadores do país. Nesse sentido, o CONEB tem que chamar a unidade entre a UNE, UBES, ANPG com as centrais sindicais do país como a CUT, CTB, CSP-CONLUTAS e movimentos sociais com o MTST e MST, para construirmos dias nacionais de luta contra a reforma da previdência, o escola sem partido e as privatizações. Em defesa da educação pública e dos direitos trabalhistas e pela revogação da EC 95!
Cadeia e confisco dos bens para todos os corruptos, sem seletividade!
Foi um erro a esquerda abandonar a pauta da corrupção no últimos anos. O que deixou um espaço para Bolsonaro e a extrema-direita usarem essa pauta de forma demagógica para chegar ao poder. Está claro que Bolsonaro não vai resolver o problema da corrupção, nem que Sergio Moro no ministério da Justiça vá fazer alguma coisa. Se Moro quisesse de verdade combater a corrupção, deveria começar investigando seus colegas corruptos, como o futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, que admitiu fazer caixa dois. É evidente o caráter seletivo da Lava-Jato e que Moro e a justiça atuaram politicamente ao prender Lula, o principal adversário de Bolsonaro, mas deixaram soltos outros corruptos como Onix, Aécio, Alckmin e Temer. Nós defendemos prisão e confisco dos bens de todos os empresários e políticos corruptos, sem seletividade e independente do partido político. Seja do PT, MDB, PSDB, DEM, PSL ou qualquer partido, doa a quem doer. Não podemos ter confiança nessa justiça que só serve aos ricos e poderosos, e é a força da nossa mobilização que pode derrotar e prender os corruptos.
A nossa resposta tem que ser radical! Construir uma nova direção para o movimento estudantil
Nós defendemos a unidade para lutar com qualquer setor político que esteja contra Bolsonaro. Porém, isso não significa apagar as diferenças que existam. Nós não temos confiança na direção majoritária da UNE e da UBES, composta pela UJS (PCdoB) e a Juventude do PT. Esses setores dirigem as entidades de forma burocrática e anti-democrática, afastado do dia-a-dia dos estudantes.E não são consequentes nas lutas e mobilizações.
Até agora a direção da UNE, UBES e ANPG não fizeram nenhum chamado concreto para organizar a luta contra o futuro governo. Apostam numa oposição somente parlamentar, quando o fundamental é organizar o terceiro-turno: É a luta nas ruas que pode definir para onde o país vai.
Por isso, é necessário construir uma nova direção para as entidades estudantis. Opinamos que é necessário fortalecer o campo da Oposição de Esquerda, tanto no CONEB e nos espaços da UNE quanto no cotidiano do movimento estudantil. Fazemos esse chamado aos coletivos RUA, Correnteza, Juntos!, UJC, Afronte e Construção. Unificar o campo da oposição de esquerda em cada disputa de CA e DCE, fazer plenárias estaduais e atuar de fato como um campo político nacional, ajudando a construir um pólo da esquerda consequente para o país.
Justiça para Marielle e Anderson!
Já fazem quase 9 meses que a nossa companheira Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados no Rio de Janeiro, em uma clara execução política. Marielle era uma uma mulher negra, LGBT e socialista que nos representava em meio a uma política tão corrupta e degenerada. Exigimos respostas! Queremos saber quem matou e quem mandou matar Marielle. Queremos uma investigação imparcial e célere, condenação e prisão dos assassinos e mandantes. Jamais esqueceremos da nossa companheira e não descansaremos até que se apure o caso. O CONEB também tem que servir para preparar uma campanha nacional por justiça para Marielle, que aponte à construção de um ato no dia 14 de março, quando faz um ano de seu assassinato.
É pela vida das Mulheres!
O futuro governo Bolsonaro será de grandes ataques aos direitos da mulheres. Mas as mulheres estão mobilizadas e foram protagonistas nos atos pelo #EleNão e no movimento do Vira Voto. Assim como nos últimos anos temos visto fortes mobilizações feministas, como no Fora Cunha, em defesa da vida das mulheres e contra a violência machista, pela legalização do aborto e diversos outros processos importantes de luta.
É importante que o CONEB reflita isso e aponte a construção do dia 8 de março, dia internacional da luta das mulheres, para que seja um dia de luta contra Bolsonaro e seus retrocessos, contra o feminicídio, a cultura do estupro e em defesa do aborto legal e seguro, do debate de gênero nas escolas e por justiça para Marielle!