Não à intervenção bolsonarista na UFSM

 

No dia 24 de junho, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), divulgou o resultado da Pesquisa de Opinião para a sucessão da Reitoria. Luciano Schuch foi o mais votado entre a comunidade acadêmica, com 55,41% dos votos, em seguida, Martha Adaime com 21,19% e Cristina Nogueira com 15,86%. Brancos totalizaram 3,52% e nulos 4,02%, respectivamente. A Pesquisa deveria contar com paridade de votos (com docentes, TAEs e estudantes possuindo o mesmo peso de votos), no entanto, a Justiça burguesa interferiu no processo e ordenou que se mantivesse a proporcionalidade 70-30 (peso de 70% para docentes e estudantes e TAEs dividindo os 30% restantes, com 15% para cada). Agora, o resultado da Pesquisa será apresentado para a reunião ampliada dos Conselhos Superiores da UFSM, no dia 28 de julho, onde os conselheiros irão elaborar a lista tríplice (3 nomes) para a escolha do (a) Reitor (a) e do (a) Vice-Reitor (a) da Universidade Federal de Santa Maria, para a Gestão 2022/2025. Após a elaboração da lista tríplice, a mesma será apresentada ao Governo Federal, e caberá a Jair Bolsonaro escolher a nova Gestão da Reitoria da UFSM.

Após a realização da Pesquisa de Opinião, Rogério Koff, reconhecido docente ultrarreacionário e apoiador de Bolsonaro, inscreveu seu nome como candidato para a elaboração da lista tríplice nos Conselhos Superiores. Esse fato logo despertou a indignação de docentes, TAEs e estudantes que se preocupam com a democracia universitária, pois tem sido prática corriqueira de Bolsonaro nomear reitores que não foram os mais votados nos processos de escolha dentro das Instituições de Ensino Federal. Segundo o ANDES-SN, ao menos 25 reitores já foram indicados por Bolsonaro, desconsiderando a escolha da comunidade acadêmica e em total desrespeito à autonomia universitária. Rogério Koff, ao não participar da Pesquisa de Opinião e apresentar seu nome apenas aos Conselhos Superiores, demonstra que tem por objetivo aproveitar a política autoritária de Bolsonaro para ser empossado Reitor da UFSM, mesmo não tendo sido votado pela comunidade acadêmica. Em uma lista de 3 nomes que será elaborada nos Conselhos Superiores, não é difícil que Koff fique, no mínimo, em terceiro, já que apenas 4 nomes estarão sendo apresentados para a elaboração. Sendo assim, liga-se o alerta de que a UFSM poderá sofrer mais uma intervenção bolsonarista, prejudicando a autonomia e democracia universitárias e colocando no cargo de Reitor um sujeito alinhado à política bolsonarista de destruição das universidades públicas através dos cortes de verbas e perseguições ideológicas aos opositores.

Nós, da juventude Vamos à Luta, nos somamos à campanha dos estudantes, docentes e TAEs que, desde já, denunciam a manobra de Rogério Koff e dizem não à intervenção bolsonarista na UFSM. Precisamos impulsionar a mobilização unificada da comunidade acadêmica, a partir de assembleias unificadas dos 3 segmentos (estudantes, TAEs e docentes) para organizar a luta contra a intervenção, exigindo o fim da lista tríplice e a nomeação do mais votado pela comunidade acadêmica imediatamente. Também precisamos seguir a luta para derrubar o governo genocida e corrupto de Bolsonaro, dando continuidade aos atos nacionais, mobilizando as bases para os protestos do dia 24 de julho e exigindo da UNE, CUT e CTB a continuidade dos calendários de mobilização.