UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM CRISE
As universidade públicas vivem sua maior crise, fruto de uma política dos sucessivos governos em expandir sem qualidade e cortar verbas, pois é a receita aplicada em momento de crise: cortar verbas das áreas sociais para manter o lucro dos ricos e poderosos. A PEC 55 foi a medida que aprofundou toda essa situação e seus reflexos estão em no dia-a-dia. As universidades declaram que podem interromper seus semestres por falta de verbas. Levando em conta o total previsto no orçamento de 2017, o corte foi de 15% do orçamento para o custeio de energia, água, terceirizados etc., e de 40% da verba para as obras, orçamento que já era menor que em 2016.
As universidades têm demitido terceirizados, como na UNB onde foram 306 demitidos da limpez, segurança e outros setores. Na Universidade Federal de Santa Maria no RS foram demitidos 56 vigilantes. Na Federal do Espirito Santo estão sendo usados detentos para fazer a limpeza e se pretende chegar a 150 detentos trabalhando na universidade. Várias 52 obras estão paradas só na UFPB e precisaria de R$20 milhões para concluí-las.
BOLSAS COM A CORDA NO PESCOÇO
Diversas universidades, como a Federal de Pelotas, cancelaram 30% das bolsas de pesquisa e extensão. No dia 02/08 o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) divulgou que havia chegado ao limite e se não houver liberação de verbas, no mês de setembro não será possível garantir osç pagamento. Isso afetará 90 mil bolsistas e 20 mil pesquisadores. Na UFRJ significa 3,6 mil bolsas e 20% delas, do CNPq, não foram sido renovadas em fevereiro.
AS UNIVERSIDADES CARIOCAS SÃO O ESPELHO DO CAOS
Juntas, as quatro universidades federais do Rio têm cerca de 93 mil alunos. Um incêndio no alojamento estudantil deixou mais de 400 estudantes desalojados. O ponto mais forte da crise é na Universidade do Estado do Rio, que dos R$ 1,1 bilhão previsto para o orçamento de 2017, a reitoria só recebeu R$ 218 milhões, e não tem perspectiva para pagar os salários, e suspendeu por tempo indeterminado o inicio das aulas do segundo semestre. Os governadores, como Pezão (PMDB-RJ) aplicam os mesmos planos de Temer na esfera nacional, o RJ ainda conta com uma crise que deixa servidores estaduais sem salário.
SUSPENDER O PAGAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA E INVESTIR NA EDUCAÇÃO
O MBL, Temer e vários deputados têm defendido a cobrança de mensalidades/taxas nas universidades públicas, com a justificativa de investir para salvar as IFES. Somos contra essa proposta, pois tem dinheiro SIM, mas não é prioridade. Temer fez a farra das emendas parlamentares para comprar sua permanência na presidência e segue pagando a dívida pública enquanto a educação está um caos. Em 2016 foram pagos R$1,130 trilhões de reais de juros da dívida, uma divida que quanto mais se paga, mais se deve, fraudulenta que transfere o dinheiro das áreas sociais aos banqueiros. Por isso Dilma vetou o projeto de auditoria e Temer não fará diferente. Os países que auditaram a dívida comprovaram suas fraudes.
É necessário o fim do pagamento divida pública para que esses recursos sejam investidos nas áreas sócias, em especial a educação.
CHEGAMOS PREPARADOS PRA ATACAR PELO NOSSO DIREITO AO FUTURO!
Foi das universidades que veio o maior recado contra a “PEC do fim do mundo”: as ocupações e a massiva mobilização mostraram o caminho da luta. Mesmo com a aprovação da medida sob muita repressão e compra de votos em Brasília a juventude tem mostrado disposição. Estamos nas ruas e nas lutas com os trabalhadores e tivemos grande peso na GREVE GERAL de 28 de Abril e na Marcha à Brasília no dia 24 de maio.
O crucial é que enquanto tudo isso acontece a direção majoritária da UNE (UJS/PCdoB e LPJ/PT) está sendo parte de acordos para salvar o sistema político e apresentar Lula como uma saída eleitoral em 2018. O que não nos serve, já que o próprio Lula, em declaração por esses dias, disse que sendo eleito não moverá uma palha para revogar as Reformas já votadas.
PRA DERRUBAR TEMER E OS ATAQUES É NOIZ POR NOIZ
Diante de todo esse filme de terror que passa por nossa educação, precisamos confiar em nossa própria força. Portanto, defendemos a construção de uma forte jornada de lutas e paralisações nas universidades nesse segundo semestre, começando por manifestações no dia 16/8 em todo o país, junto aos trabalhadores das IFES. Uma luta que a Oposição de Esquerda da UNE deve tomar como central, impulsionando, junto aos DCE’s, CA’s e às dezenas de ativistas que surgem a cada dia, plenárias e assembleias por curso, comitês de mobilização com todxs que queiram derrubar Temer, os corruptos e suas reformas e exigir o fim do pagamento da Dívida Pública, garantindo verbas para educação e emprego!