Unicamp | Paralisação dia 13: Marielle Vive e permanência já!

Demorou, mas a primeira assembléia geral do ano aconteceu. Com indicativo de paralisação para dia 13 e assembleias de curso, no último dia 27 se reuniram mais de 200 estudantes no PB. O DCE propôs mais de 5 pautas, sendo o Clube DCE por último e nada sobre o assassinato de Marielle Franco. Os alunos decidiram debater esses 2 pontos e permanência estudantil.

 

Assembleia aprova indicativo de paralisação:

Justiça para Marielle e Anderson!

Abaixo a intervenção e Temer

No meio de vários ataques dos governos e lutas populares contra eles, Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados no Rio de Janeiro. Um crime político, porque Marielle combatia as milícias cariocas, a intervenção federal e o genocídio negro. Desde então a luta por justiça para Marielle e Anderson, contra Temer e a intervenção tomaram as ruas de todo o país, e não podem parar.

Infelizmente até agora o DCE Apenas Alunos não fez nada sobre o tema: sequer foram na vigília do IFCH em memória de Marielle nem no protesto que rolou no centro de Campinas. Na verdade, tem até membro da gestão publicando abobrinhas e deboches no Facebook, no pior estilo ‘bolsominion’ como se a morte de Marielle fosse ‘só mais uma’.

Se propôs e foi aprovado na assembléia geral se somar na mobilização nacional por Justiça para Marielle e Anderson, que o PSOL está chamando pro dia 13/04. Os protestos que têm acontecido chegaram a somar 500 mil pessoas. Para isso acontecer na Unicamp, os Centros Acadêmicos devem fazer assembleias de curso para votar a participação nos atos e na paralisação!

Professores de SP derrotam reforma da previdência municipal

O prefeito tucano João Doria enfrentou mais de 100 mil professores na câmara de vereadores em dias seguidos no final de março. As marchas visavam barrar o Sampaprev, programa da gestão Haddad que visa recolher mais 8% do salário da categoria. Após o assassinato de Marielle e Anderson, os professores agregaram a pauta por justiça e continuaram mobilizados. Mesmo com repressão, o Sampaprev foi engavetado temporariamente. Doria saiu derrotado e, Marielle, gigante.

13 de abril – indicativo de paralisação

Marielle presente! Por uma investigação independente! Abaixo a intervenção federal no RJ! Nenhum estudante a menos, moradia já!

Manhã: mesa de debate “Edson Luiz e Marielle, em memória dos lutadores” – Local e horário a confirmar

Tarde: Ato no Largo do Rosário por justiça – 30 dias da morte de Marielle

Assembleia vota: permanência é prioridade

A situação da permanência aqui, assim como nas outras universidades, é feia: tem bolsas trabalho sendo recusadas por CP, as 600 vagas da moradia que conseguimos com a greve de 2016 não tem previsão da reitoria pra sair do papel, aumentaram o bandejão e diminuíram as vagas para os filhos de estudantes mães na creche da universidade.

Com as cotas étnico raciais implantadas e o novo perfil de estudantes entrando na Unicamp, mais do que nunca precisamos nos organizar para lutar para garantir a permanência de todos.

Mais do que nunca, a paralisação do dia 13 é muito importante para sinalizar à reitoria que não aceitaremos enrolação nem retrocesso na permanência estudantil.

Caiu a máscara: o DCE está do lado das empresas

O Clube DCE da gestão Apenas Alunos é uma carteirinha de descontos para estudantes nos comércios das regiões dos campi – principalmente redes de fast food, móveis e empreendimentos imobiliários. Pelo convênio, o DCE recebe dinheiro dessas empresas.

Claro que ter um caixa pra financiar atividades é muito importante – DCEs de todo o país se financiam de várias outras formas. O problema é que desse jeito a gestão não tem independência financeira nem política. Não tem como depender do dinheiro de empresas, como o McDonald’s, pois são elas que contratam em regimes de trabalho super explorado pra encher seus bolsos. Vamos supor que os trabalhadores de um lugar que financia o DCE digam um basta e entrem em greve. Como a gestão vai apoiar a greve e a luta se estiver sendo paga pelos patrões? Como lutar por moradia digna sendo financiado por imobiliárias e empreendimentos? Não da! Tem um claro conflito de interesses entre as necessidades mais importantes dos estudantes e essas empresas.

Por todos esses problemas o Clube DCE foi vetado pelo CRU, onde 13 Centros Acadêmicos votaram pela suspensão do projeto. Danando-se pra decisão, a gestão do DCE continuou com as parcerias privadas e insistiu para não votar de jeito nenhum esse projeto na assembleia geral, que havia sido iniciada com quorum e portanto poderia deliberar. Sentaram em cima da pauta e pararam o andamento de toda a assembleia, desviando o foco para provocações e gritos. Soberana, a assembleia votou a destituição da mesa, e o pessoal da UJS, MBL e o restante da Apenas Alunos se retirou gritando e tentando deslegitimar a assembleia. Os mesmos que dizem gritar por democracia manobraram e desrespeitaram o CRU e a assembleia. Provavelmente essa grana toda deve estar valendo a pena pra eles!

CAs e estudantes: nós por nós mesmos!

Agora o importante é não ficar parado, conversar com o centro acadêmico do seu curso e junto com os CAs fazer acontecer as assembléias em todos os cursos. Nós do Vamos à Luta vamos ajudar a passar em sala, divulgar e mobilizar. É muito importante que role essas assembléia pra que os cursos debatam sobre tudo que rolou com a Marielle e a importância da paralisação e também sobre o Clube DCE e o que foi a última assembléia geral. Só com luta a gente vai conseguir vencer esses ataques e ter vitórias!