Liderança da revolução dos pingüins fala ao blog do Vamos à Luta sobre a nova onda de levantes no Chile

Reproduzimos aqui, o informe da companheira Maria de Jesus, uma das dirigentes da mobilização conhecida como “revolução dos pinguins”, ocorrida no Chile no ano de 2006 e que hoje tem suas pautas, em defesa de mudanças radicais no sistema educacional chileno acentuadas com um novo levante da juventude ocorrido esse dias que vem se caracterizando como uma nova revolução pinguina.

Os estudantes secundaristas ocuparam 150 colégios. As demandas mais importantes são: educação pública, gratuita e laica, passe escolar gratuito nos 365 dias do ano, reconstrução efetiva dos colégios devastados pelo terremoto, melhoras nos colégios técnico-industriais, trabalho igual salário igual, direito a sindicalizar-se.
Leia abaixo o informe da companheira.
“Amigos, lhes envio dois vídeos. Um da televisão oficial, outro amador, que refletem muito bem qual é o nível, e as dimensões da mobilização que estamos vivendo no Chile. 

Vem percorrendo o mundo a mobilização dos indignados na Espanha e na Europa e aqui a última mobilização convocou somente em Santiago 150.000 pessoas. Estamos falando de mais de 300.000 pessoas convocadas a nível nacional, numa paralisação estudantil num país de 17 milhões de pessoas.

A idéia é poder difundir esta situação, sobretudo com nossos companheiros de outros países. Creio que ainda não dimensionamos a real força que tem esta mobilização e que tem sido o maior processo de organização dos últimos anos. Se hoje há uma outra grande manifestação, ela traz o ocorrido no ano de 2006.
Hoje não só está instalada a reivindicação para exigir LOCE, que se tornou obsoleta com a consolidação plena do sistema privado. Hoje a pauta é transversal a todo o sistema educativo e o questionamento do modelo privado é total.
A única grade demanda é a gratuidade, sem meias gratificações ou migalhas. A única solução, que hoje o sistema político não se atreve a tocar, mas os manifestantes vislumbram sem medo. Essa é a realidade do país em 2011. Não há o que possa derrotar essa mobilização e o apoio da população é massivo.
No vídeo da TV aberta, há um marco comparativo com o resto da América Latina e as distintas formas que assume a mobilização. É interessante porque hoje os meios de comunicação devido ao nível da mobilização não podem ocultar o tema”.

Veja os vídeos