Várias intimações foram realizadas pela 76 ª DP, que possui um dossiê feito pela concessionária com os perfis dos manifestantes. Também entraram em um processo na empresa Google para que retirassem do canal Youtube vídeos que convocam os protestos. No dia 29 de fevereiro o Tribunal de Justiça do Estado concedeu parecer favorável a uma liminar da Barcas SA tentando impedir a participação do PSOL e de um professor da rede estadual na manifestação. Compreendemos, portanto, que este fato é mais um de uma série de ações repressivas, que buscam intimidar as manifestações contra o aumento abusivo das tarifas da Barcas SA, que foram todas pacíficas.
Entendemos que este processo de repressão ao movimento das Barcas faz parte de uma conjuntura de criminalização dos movimentos sociais e também da pobreza no país, vide a brutal desocupação de Pinheirinho e de diversas ocupações no centro do Rio, as fortes repressões às passeatas contra os aumentos das tarifas de ônibus, e a dura repressão que professores e os próprios PM’s e bombeiros sofreram em diversos estados quando reivindicaram aumentos salariais. A recente experiência da militarização da USP demonstra que em vez de mais “segurança”, só aumentou a repressão aos movimentos, com cenas de violência por parte dos militares.
Exigimos o imediato esclarecimento da reitoria da UFF sobre como foi possível a esta viatura entrar ilegalmente no campus do Gragoatá, acompanhada por um responsável da administração da universidade. Exigimos também esclarecimentos do comandante do 12º BPM. Por fim, exigimos uma imediata moção de repudio assinada pelo reitor sobre o ocorrido, além das medidas legais necessárias por parte da universidade para apuração e responsabilização sobre o fato. Não nos intimidaremos e continuaremos a ocupar a universidade como espaço de defesa da liberdade de expressão e livre organização.