Construir uma chapa de luta com independência de todos os governos para o DCE da USP

Na próxima sexta-feira, dia 10/05, ocorre a inscrição de chapas para o processo eleitoral do DCE da USP. Nós da Juventude Revolucionária Vamos à Luta (militantes da CST/UIT-QI e independentes), acreditamos que é necessário construir uma alternativa que reflita a conjuntura nacional e internacional de lutas da juventude trabalhadora, com total independência política dos governos.

Internacionalmente, temos exemplos do caminho a seguir. Na Argentina, quase um milhão de pessoas, sobretudo jovens, tomaram as ruas para defender a universidade pública dos ataques de Milei, construindo greves gerais junto aos trabalhadores. Nos Estados Unidos, dezenas de universidades estão ocupadas, com mais de vinte estados em luta em apoio à resistência do povo palestino. As juventudes do mundo dão o caminho: temos que construir as mobilizações em defesa do futuro des jovens trabalhadores, enfrentando os projetos capitalistas de genocídio, privatizações e miséria pro nosso povo.

No Brasil não é diferente: a importante greve iniciada há mais de 50 dias pelos servidores públicos federais está, gradualmente, sendo unificada com os estudantes. Já são 4 greves estudantis nas universidades federais, com exigências ao governo Lula/Alckmin contra o arcabouço fiscal e de recomposição orçamentária para as universidades, para que as reivindicações dos servidores públicos sejam atendidas; haja políticas de permanência estudantil e melhores condições de estudo. A unidade entre estudantes e trabalhadores com os nossos métodos históricos é a única saída para garantir vitórias.

Em São Paulo lutamos contra o governo de extrema direita de Tarcísio. E defendemos que nossa chapa seja de um DCE que aposte no método da mobilização, reivindicando em seu programa a poderosa greve estudantil da USP no ano passado. O levante estudantil que se combinou com a greve na UNICAMP e ocorreu no mesmo momento e coordenado com as fortes greves dos transportes e da Sabesp. Nossa luta começou nas bases, nas fortes assembleias e o plano de luta votado no curso de letras, mobilizações na comunicação e outros cursos, até a forte assembleia de deflagração da greve na FFLCH. Nesse sentido, queremos construir uma chapa com todes es estudantes que sabem que só a luta conquista e desejam retomar o patamar de mobilização da greve do ano passado.

A importante greve da USP do ano passado foi o pontapé de retomada da luta estudantil no Brasil e ajudou a influenciar a luta estudantil nas federais; queremos recuperar essa força para lutar contra os planos privatistas de Tarcísio para as universidades paulistas e todo o serviço público, com condições para que a classe trabalhadora e a juventude pobre possam permanecer na universidade.

Concretamente, isso significa assegurar bolsas de assistência estudantil; menores filas no bandejão; mais frotas de circulares; horários de aulas que atendam es trabalhadores; que o CRUSP atenda a todas as necessidades des residentes; eliminação do trabalho gratuito e precário proposto pela política de Temer e incorporada recentemente de curricularização da extensão.

Tudo isso é possível com um movimento estudantil organizado, que volte a apostar na sua própria luta e que enfrente o interesse dos capitalistas e seus governos e a reitoria da USP. Por isso, uma chapa de DCE que seja consequente com as nossas urgências, precisa ser independente dos governos Nunes, Tarcísio e Lula e da reitoria.

Exemplo lamentável disso é a atuação da majoritária da UNE (juventudes do PT e UJS/PCdoB) e da Juventude Sem Medo (Resistência/Afronte, Rua), que compõem o governo Lula/Alckmin de oposição à construção das greves estudantis contra o governo federal, como ocorreu na UFES. Em nosso estado, essas forças ligadas a direção majoritária da CUT, ao PT e a majoritária do PSOL, não foram consequentes na luta contra as privatizações, barrando a greve unificada na APEOESP pois estavam tratando de manter boa vizinhança com o partido Republicano de Tarcísio (sigla que no ano passado entrou no governo Lula/Alckmin). Por outro lado, a majoritária da UNE se negou a ter qualquer iniciativa para nacionalizar a luta estudantil da USP e Unicamp.

Uma chapa de luta passa por fora desses setores. Por isso, chamamos a unidade das juventudes da esquerda que não integram a majoritária da UNE, dispostas a enfrentar quaisquer governos que se coloquem contra nossos direitos.

Amanhã, terça-feira, nos somamos ao chamado da juventude Já Basta por uma reunião unitária daqueles que querem construir essa alternativa para o DCE e para as lutas. Chamamos es companheires do PSTU/Rebeldia e MRT/Faísca a estarem conosco e que o MES/Juntos e UP/Movimento Correnteza considerem a construção com os setores independentes e não com aqueles que hoje estão na majoritária da UNE. Do mesmo modo como nos dirigimos a UJC, construída na USP pelo PCB-RR, para construir uma chapa que possua essas características e que batalhe por um programa de luta na universidade.

De nossa parte, propomos uma plenária ou convenção de todas as forças acima citadas para debater a possibilidade de construir uma chapa de luta pra USP contra a majoritária da UNE.