UBES combativa e independente! Pré-tese da Juventude revolucionária Vamos à Luta

Não sabemos se você já sabe, mas no próximo mês vai rolar o Congresso da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). É a entidade nacional dos alunos do ensino fundamental, médio, técnico, pré-vestibular e jovens e adultos. Nós somos a juventude revolucionária Vamos à luta (CST e Independentes) e lançamos a tese “UBES combativa e Independente”. Defendemos um movimento estudantil democrático e de luta, ou seja, que aposte da consulta às bases e na construção cotidiana em cada sala de aula, apostando na ação direta, nas manifestações e nas passeatas. Somos totalmente independentes do governo Lula/Alckmin, dos governadores, prefeitos e das direções da escola. Defendemos a unidade operária-estudantil, a juventude em luta ao lado da classe trabalhadora e por isso apoiamos a greve da educação federal.  Nossa batalha é todo dia, antes, durante e depois do congresso. Vem com a gente. A UBES é pra lutar!

 

O NEM quer transformar a juventude das escolas públicas em mão de obra barata!

O NEM é o principal problema dos estudantes. Desde sua implementação denunciamos seu caráter excludente: a redução das aulas expositivas, sobretudo de disciplinas das humanidades, artes e educação física; substituição dessas disciplinas por itinerários formativos técnicos, que vendem o direito de escolha aos estudantes, que na maioria não escolhem o itinerário que fazem; aprofundamento da disparidade de aprendizado entre o ensino público e particular. Aliado a disciplinas eletivas cujos temas que não agregam para a formação do estudante, a universidade se torna cada vez mais distante. O que os vestibulares cobram, em muitas escolas, não é apresentado. 


Nesse sentido, dizemos que o que ocorre hoje é um projeto para mandar a juventude para os postos de trabalho mais precarizados. Não à toa, o ifood é um dos grandes financiadores dos itinerários. O sucateamento das escolas com cortes de verbas, junto à disparidade do ensino público e particular e o filtro social, que é o vestibular, impedem nossa entrada nas universidades. Além disso, os estudantes que já trabalham enquanto estudam, inclusive, em muitos casos deixam de estudar para trabalhar, ocupam postos de trabalho cada vez mais precarizados, por conta, por exemplo, da reforma trabalhista. Essa mão de obra barata, tem como horizonte nenhuma perspectiva de melhora de vida, quando pensamos também na reforma da previdência, que impõe ao trabalhador imensa dificuldade para se aposentar. Por isso, apontamos que o NEM faz parte de um projeto perverso de reduzir o estudante à mão de obra barata e precarizada, não é por acaso que 92,7% dos estudantes formados no Novo Ensino Médio defendem sua revogação, segundo pesquisa realizada pelo Grupo Escola Pública e Democracia (Gepud) e Rede Escola Pública e Universidade (REPU).

 

O congresso da UBES deve mobilizar pela revogação!

Mesmo com pesquisas que evidenciam o resultado desastroso do NEM e com a insatisfação dos estudantes e professores, Lula e Camilo Santana se recusam a revogar essa política nefasta. Ao invés disso, apoiam e tentam aprovar às pressas a PL proposta por Mendonça Filho (União Brasil), que mantém os itinerários e o notório saber. A direção majoritária da UBES, composta pela UJS/PCdoB, LPJ/Levante e juventudes do PT comemora essa política e aposta na reforma da reforma ao invés de mobilizar os estudantes.
Para nós, não há motivos para comemorar. Nossa luta é pela revogação total desta política e uma construção verdadeiramente democrática do ensino médio, com participação dos estudantes e professores. E o congresso da UBES tem como obrigação tirar esse posicionamento e luta contra o NEM, garantir mais verbas para educação, mais verbas para bolsas e auxílios, além de outras pautas secundaristas como o fim do vestibular e o livre acesso de toda a juventude nas universidades públicas. Por isso defendemos uma nova direção para a UBES combativa e independente. Uma UBES democrática e de lutas. 

 

Todo apoio à greve dos servidores da educação federal!

O governo Lula/Alckmin não revogou o Novo Ensino Médio e, através de sua política de conciliação, levou à eleição de Nikolas Ferreira para a comissão da educação (um transfóbico, anti-ciência, anti-vacina e bolsonarista). Além disso, se nega a atender às reivindicações dos servidores das universidades, escolas técnicas e do CP2.

Infelizmente, a direção da UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) não apoia essa greve e nem organiza greve estudantil nacional dos estudantes das escolas técnicas e do Colégio Pedro II.  Isso acontece porque os partidos que compõem a direção majoritária da UBES (UJS/PCdoB e PT) hoje integram o Governo Lula. Nós defendemos que a UBES e os grêmios estudantis sejam independentes de todos os governos, reitorias e diretorias. A UBES é pra lutar!

 

Exigir da UBES um calendário nacional de mobilização

Nós exigimos um dia de manifestação nacional para dar continuidade ao protesto de 9/04. Batalhamos para que a UBES e os grêmios construam apoio ativo à greve dos servidores e greves estudantis. Que luta pelas nossas reivindicações: revogação do NEM, melhorias em nossas escolas, passe livre irrestrito nos transportes, contra o autoritarismo das direções das escolas e das secretarias da educação, apoio às pautas dos trabalhadores da educação, diretos ao jovem aprendiz.

 

Taxar bilionários e não pagar a dívida aos banqueiros!

Existe dinheiro para garantir auxílios financeiros para os estudantes, a inclusão de estudantes com deficiência ou reformas e climatização das salas de aula. Existem recursos para atender às reivindicações dos grevistas ou às propostas da conferência nacional de educação: os 10% do PIB para educação. Mas hoje quase 50% do orçamento do país vai para a dívida externa e interna aos banqueiros. Além disso, grande parte do orçamento vai para bilionários, militares, golpistas e grandes empresas. Para mudar isso, defendemos um programa operário e popular: a taxação dos bilionários, o não pagamento da dívida e retirar verbas dos militares. Assim, teríamos recursos para uma escola pública e de qualidade, acabar com o vestibular e garantir vagas para toda a juventude nas universidades. Além de atender às reivindicações dos grevistas. Bem como atender às pautas da juventude negra, LGBTQIA+ e feminista.

 

Lutar contra o extermínio da juventude negra comunidades!

Além da dificuldade de aprendizado e financeira que encara a juventude, parte dela tem que lutar para não morrer. Em São Paulo, por exemplo, há meses acontece a operação escudo na baixada santista que, até o momento, soma 39 mortos. No Rio de Janeiro, as operações seguem  em diversas comunidades, assassinando jovens e atribulando a vida dos moradores, com paralisação das aulas e do comércio. Na Bahia, a situação é ainda mais alarmante, sendo o estado com mais mortes causadas pela polícia no Brasil.
A questão é que, independente de quem governa o estado, sendo a extrema direita em SP e RJ ou o PT na Bahia, vemos o mesmo projeto de extermínio da juventude negra e periférica, sobre a justificativa de combate às drogas. A verdade é que os verdadeiros donos do tráfico seguem seguros, longe das operações em seus condomínios de luxo e seus lucros seguem aumentando, sem nenhuma perspectiva de acabar. A guerra não é contra as drogas, a guerra é contra a população preta e pobre das comunidades.  Por isso somos contra as operações que servem apenas para assassinar, por ano, milhares de jovens. Defendemos a legalização das drogas e o fim imediato das operações policiais. Infelizmente, vamos na contramão dessa necessidade, quando é aprovado no Senado a “PEC das drogas” que criminaliza o porte de qualquer quantidade de droga e deixa a cargo da polícia e dos juízes a classificação entre usuário e traficantes, aprofundando ainda mais a violência policial nas comunidades.
Essa pauta não pode ser secundária para a UBES, a entidade deve mobilizar os estudantes pelo fim imediato das operações em curso, contra a PEC das drogas e a favor da legalização das drogas. Não podemos confiar no governo Lula/Alckmin, que respalda as ações do aparelho repressivo do estado, como fez recentemente com o reajuste da PRF golpista, com os diversos elogios ao exército e à PM e com a postura imobilista em relação ao ato contra ditadura militar. Nossa confiança tem que estar na nossa mobilização. 

 

A juventude LGBTQIA+ também quer ter direito ao futuro 

O projeto da burguesia e os últimos governos de arrancar o direito ao futuro da juventude trabalhadora é também sentido na pele pela população LGBTQIA+. A LGBTfobia, que foi institucionalizada séculos atrás para assegurar que um setor da classe trabalhadora fosse mais explorado, segue nos impondo uma realidade na qual temos nossos direitos básicos negados. Além das dificuldades encontradas pela juventude trabalhadora que nos levam ao trabalho precário, o próprio cotidiano na escola nos expulsa deste espaço: de acordo com os últimos dados oficiais, 73% das pessoas LGBTs já foram agredidas verbalmente no ambiente escolar e 36%, fisicamente e 60% não se sentem seguros na escola.

Para as pessoas trans, a escola pode ser, infelizmente, ainda mais cruel. Na maioria das vezes, nossos nomes sociais são desrespeitados e o nome morto é utilizado oficialmente. O constrangimento e as agressões constantes são os responsáveis por 82% de evasão escolar entre nós. Por isso, nós da Juventude revolucionária Vamos à Luta exigimos que as direções que descumpram a normativa que assegura o nome social nas listas e matrícula sejam responsabilizadas. Alem disso que haja cotas nas universidades para pessoas travestis e trans, já que a trajetória marcada pela transfobia as afasta dos espaços de produção de conhecimento. 

A juventude LGBTQIA+ quer viver! A verdade hoje é que a expectativa de vida de transexuais e transgêneros não ultrapassa a juventude. Vivemos com medo constante de agressões e, inclusive, de serem assassinados. Ana Caroline, jovem lésbica assassinada com requintes de crueldade, é uma triste expressão disso. Queremos sair de casa sendo quem somos, sem medo de não voltar, mas mais do que isso: queremos viver uma vida plena, na qual tenhamos direito de nos expressar, identificar e relacionar livremente. 

Tentam nos exterminar e marginalizar, porque somos uma afronta à sociedade patriarcal, mas apenas a nossa existência não é garantia de que destruiremos todas as estruturas que nos oprimem e exploram. Somente com a luta organizada das LGBTQIA+ jovens e trabalhadoras teremos direito à vida e ao futuro!

 

Enfrentamento à extrema direita 

Derrotamos Bolsonaro nas eleições de 2022, entretanto, a extrema direita segue vigente, defendendo seu projeto autoritário. Como fez no dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista e, mais recentemente, no dia 21 de abril, em Copacabana, pedindo a anistia para os golpistas do dia 8 de janeiro. Além disso, passam seus projetos reacionários em diversos espaços, como na comissão de Educação, com Nikolas Ferreira, ou nos governos, como em SP com Tarcísio, em MG com Zema e RJ com Cláudio Castro. Por isso, é necessário seguir combatendo a extrema direita, que defende uma ditadura militar, que massacra a classe trabalhadora e a juventude.
Entretanto, diferente do que defende o PT e PCdoB, esse enfrentamento não é passivo, confiando ao STF a punição de Bolsonaro. Inclusive, o governo Lula demonstra que não é consequente na luta contra a extrema direita, quando cancela atos sobre os 60 anos da ditadura militar, defendendo, dizendo que não irá “remoer o passado”; ou quando desiste do Museu da Memória e dos Direitos humanos, para não causar atrito com os militares. Defendemos o contrário, devemos lembrar quem foram nossos inimigos e seus métodos brutais de opressão da classe trabalhadora e daqueles que resistiram. Essa memória deve servir para que a gente faça o enfrentamento necessário, nas ruas. Por outro lado, não podemos esquecer que continuam no Ministério de Lula figuras como Mucio, um integrante da cúpula militar golpista .Alem disso o governo federal de Lula realiza parcerias privatistas com governadores como Tarcísio.

Acreditamos que o combate à extrema direita se dê nas ruas, com atos e mobilizações.

 

Seguir o exemplo da Argentina 

 

Um exemplo importante que temos hoje no mundo é a Argentina, que encara o governo de Milei nas ruas, com diversas mobilizações, como no dia 20 de dezembro, arrancando das centrais sindicais do peronismo CGT-CTA uma greve geral no dia 24 de janeiro; um 8 de março massivo; e no dia 24 de março, uma grande mobilização em repúdio às declarações negacionistas de Milei em relação à ditadura, lembrando no 48° aniversário do golpe militar de 1976, que foram 30 mil assassinados pela ditadura. E no último dia 23 uma poderosa marcha nacional da educação.

 Essa postura é fundamental para defender direitos conquistados, fazer retroceder ataques como a Lei Omnibus, e enfrentar o protocolo anti-piquetes de Patricia Bullrich. Agora, segue ainda a mobilização da classe trabalhadora, com indicativo de nova greve para o dia 9 de maio.
Reivindicamos que isso somente é possível, porque hoje existe um forte sindicalismo combativo, movimentos independentes que exigem desde as bases, além de  uma esquerda organizada na FIT-U (Frente de Esquerda Unidade). É um exemplo concreto que mostra que podemos batalhar para construir outra alternativa. Acreditamos que esse é o exemplo que devemos trazer para enfrentar a extrema direita no Brasil. 

 

Basta de genocídio Sionosta em Gaza! Viva a resistência Palestina!

 

Seis meses após o início da agressão sionista em gaza, Israel ainda não atingiu seus objetivos, o povo Palestino segue resistindo. Netanyahu segue o extermínio em curso, que ultrapassa 33 mil mortos, sendo 70% mulheres e crianças. Frente a esse massacre, o mundo não fica calado, mobilizações em todos os lugares pressionam seus respectivos governos, que precisam responder para diminuir a insatisfação do seu povo. Na Europa, na França e Alemanha, o povo desafia as restrições e repressão impostas pelos governos e vai às ruas; Na Itália ocorreram grandes protestos estudantis; na Espanha, protestos protagonizados em Barcelona e Madri; na América, houve a expulsão do embaixador em Honduras e Bolívia, além de mobilizações em diversos países; na norte da África e nos países árabes do Oriente médio, seguem mobilizações recorrentes.

Aqui em nosso continente, são os estudantes estadunidenses que mostram o caminho através dos acampamentos nos campi universitários, em muitos casos enfrentando a repressão.

 Devemos seguir mobilizando contra o genocídio. Aqui no Brasil, devemos exigir do governo brasileiro, que denuncia o massacre, mas segue comprando armas de Israel e mantendo relações diplomáticas, acadêmicas e militares com o país. Exigimos que o governo Lula rompa relações diplomáticas, econômicas, acadêmicas com o estado nazisionista de Israel. A UBES deve se somar a essa exigência. 

 

Juventude revolucionária Vamos à Luta!

A juventude secundarista não tem futuro no sistema capitalista. Como diz o VAT (Vida Alem do Trabalho) querem que a gente seja refém da escravidão moderna em longas jornadas, sem folga e baixos salários. Se depender dos magnatas e dos bilionários, nosso planeta será destruído pelas multinacionais e grandes empresas. Por isso, somos contra o sistema capitalista, o estado burguês e seus aparatos de repressão. Lutamos contra todos os governos que defendem esse sistema.  Defendemos um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista. Vamos recuperar tudo que é nosso e tudo que nos roubaram. Vem com a gente! Ingresse em nossas fileiras! Seja militante da juventude do socialismo e da revolução!

 

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