Bombeiros e PMs podem entrar em greve se governo não aceitar negociar

Hélio Almeida | Rio+ | 30/01/2012 13h45
Uma assembleia que reunirá os bombeiros, policiais militares e civis do estado do Rio está marcada para fevereiro, quando os militares decidirão se irão entrar em greve, caso o governo do estado não os receba para negociar as reivindicações que a categoria pede. O Corpo de Bombeiros e o governo do estado não quiseram se pronunciar sobre as manifestações deste domingo, na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio. 

O cabo Benevenuto Daciolo, do movimento SOS Bombeiros, disse ao SRZD.com que o ato está marcado para o dia 9 de fevereiro, às 18h, na Cinelândia, Centro do Rio. De acordo com Daciolo, o grupo está confiante de ser recebido pelo governador Sérgio Cabral, mas afirma que caso não haja negociação os militares entrarão em greve no dia 10 do mesmo mês.
“Esperamos uma resposta do governo. Dia 10 de fevereiro pode ter o início da greve se o governo não dialogar com a gente. Mas não queremos a greve. Acreditamos que o governo atenderá nossas reivindicações. Estamos flexíveis”, disse, informando que o governo do estado está há 9 meses sem falar com os bombeiros e policiais.
Os bombeiros, policiais civis e militares realizaram uma passeata neste domingo, dando continuidade à campanha de reposição salarial, na Paia de Copacabana, Zona Sul do Rio. O cabo Daciolo disse que o ato foi positivo.
“Mesmo com chuva o resultado foi bom. Mostrou a união dos policiais militares, civis e bombeiros”. De acordo com a PM, a passeata reuniu 5 mil militares de todo o estado. Para Daciolo, o número passou de 10 mil pessoas.
A assessoria do Corpo de Bombeiros informou ao SRZD.com que a manifestação de domingo não foi regulamentada e por isso não vai comentar a campanha dos militares e nem a assembleia dia 9 no Centro do Rio. Até a publicação desta matéria, a assessoria de imprensa do governo do estado não respondeu a solicitação da reportagem.
Os militares garantem que se for deflagrada a greve da categoria em pleno Carnaval a paralisação não será inconstitucional. “A categoria não quer realizar greve. Vamos respeitar a lei e deixar 30% da corporação trabalhando”, informou Daciolo.
Mas o comandante do 5º CPA (Comando de Policiamento de Área), tenente coronel Cézar Tanner, que coordena quatro batalhões no Sul Fluminense, disse que a corporação não tem dispositivos legais para fazer greve e que, caso venha a se concretizar, a paralisação será combatida.
Cabral define novas regras para aumento da remuneração
O governador Sérgio Cabral definiu na sexta-feira as novas regras para o aumento da remuneração da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários, que vão representar um reajuste total de 39,4% para o biênio 2012/2013. Na abertura da próxima legislatura, será enviado à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) um projeto de lei que antecipa os reajustes para policiais e bombeiros militares, policiais civis e agentes penitenciários.

Os aumentos serão concedidos de acordo com nova sistemática. Já em fevereiro deste ano haverá aumento de 10,15%. Incluindo o reajuste já concedido em janeiro, o acumulado em 2012 será de 11,55%. Em janeiro de 2013, será concedido 0,915%; em fevereiro do mesmo ano, 10,15%. Já em outubro de 2013 as quatro categorias receberão mais 13,84% de aumento.

O reajuste total acumulado em 2013, incluindo as três parcelas, será de 26,54%. Os reajustes vão incidir sobre soldos e vencimentos e também, vão beneficiar aposentados e pensionistas.

O impacto financeiro da nova sistemática somente neste ano de 2012 é de R$ 200 milhões. As novas regras abrangem 73.106 servidores ativos, 32.163 servidores inativos e 14.404 pensionistas.

Serão beneficiadas, portanto, 119.673 pessoas. De janeiro de 2007 a outubro de 2013, estas categorias terão recebido reajuste acumulado de 100% (cem por cento), sem contar gratificações e outros benefícios já concedidos.
Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/160485+bombeiros+e+pms+podem+entrar+em+greve+caso+governo+nao+negocie+com+categoria