Por que os estudantes da UFU precisam de uma assembleia-geral para debater a greve geral da universidade pública?

A greve dos Técnicos-Administrativos das universidades começou com força e continua crescendo. Atualmente, no dia 22/03/2024, ela paralisou 62 universidades e 4 IF’s. O SINASEFE, que agrupa os docentes e técnicos dos institutos Federais, indicou greve para o dia 03/04/2024. O ANDES-SN, que representa os professores das universidades federais, realizou assembleias para votar indicativo de greve para 15 de abril.
A juventude precisa garantir solidariedade incondicional à greve da Fasubra e apoiar a concretização da greve da Educação Federal. É necessário construir a greve estudantil em cada universidade e ao nível nacional.

A luta é justa e merece apoio estudantil!

As universidades, segundo o ANDES, contam hoje com o orçamento equivalente ao de 2013, sem colocar a inflação nessa conta! Isso significa, na prática, a inviabilização do funcionamento das universidades. A greve dos TAE’s combate o ajuste fiscal de sucessivos governos, inclusive o governo Lula/Alckmin. É uma luta justa contra a precarização da educação e o desmonte dos serviços públicos. É pela recomposição de salários e carreira, defasados em 53%, pela política continuada de contingenciamento (Teto de Gastos, Arcabouço Fiscal). Reivindicam a revogação da EBSERH e dos reitores biônicos do Bolsonaro, entulhos autoritários que estão ainda em muitas universidades do país.
Essa luta é do interesse dos estudantes, porque o corte orçamentário faz com que nas universidades e institutos federais a juventude seja afetada. Na UFU, a situação é preocupante. Em 2023, a universidade fechou o ano com um déficit de 23,9 milhões. De 2015 para cá, o orçamento para a universidade só vem reduzindo. Em 2016, tínhamos um montante de 240 milhões nos cofres da universidade, agora, em 2024, temos 96, 5 milhões. Só esse ano o déficit previsto para a UFU é da ordem de 45 milhões. A redução das verbas significa precariedade nos laboratórios, bibliotecas, bandejão e infraestrutura (elevadores que não funcionam, bebedouros que não funcionam, iluminação deficitária, ausência de refrigeração de salas).
Entendemos que a situação do calendário da UFU preocupa os estudantes em relação à possibilidade de greve estudantil. Mas colocamos que essa questão não pode impedir a construção da greve geral na UFU. Isso porque não sabemos se teremos orçamento para fechar o ano. Precisamos lutar para garantir verbas para universidade. Além disso, a construção de um novo calendário acadêmico, que seja construído pelos estudantes juntamente com os docentes de maneira democrática, pode ser considerado como uma pauta central de nossas das reivindicações locais da greve. Precisamos unir forçar e reivindicações para avançarmos nas pautas dos estudantes da UFU!

Exigimos do DCE uma assembleia-geral para debatermos sobre a greve unificada da educação!

O indicativo de greve dos docentes das federais, juntamente com a greve dos técnicos, coloca para os estudantes a possibilidade de uma greve geral da educação federal. É hora de unificar estudantes com trabalhadores da educação para conseguir recomposição orçamentário das universidades. Não vamos aceitar que o estudante precarizado e cotista pague a conta da crise. Queremos verbas para as universidades e, para isso, uma greve unificada e forte é o melhor caminho.
Precisamos de uma assembleia-geral para organizamos nossas próprias pautas de reivindicações. Desde já, exigimos do DCE uma assembleia-geral dos estudantes para que se coloque em debate a necessidade de apoiar a greve dos técnicos e dos docentes, assim como a importância da construção de uma greve geral da educação federal! É necessário que sigamos o exemplo dos companheiros da UFF que, em assembleia-geral dos estudantes, tiraram indicativo de greve para 15/04/2024.
Unificou estudante com trabalhador em defesa da educação pública!