UFMG | Barrar o aumento do Bandejão e o desmonte da Universidade

No dia 28/06 a Reitoria aprovou através de reunião do Conselho Universitário o aumento do bandejão para R$5,60. Essa é a mesma proposta que foi apresentada no início do ano e que conseguimos barrar através da mobilização. A diferença é que conseguiram restringir o nível IV da FUMP, que não será mais autodeclarado, mas dividido e burocratizado: os estudantes cuja família recebe até 1.5 salários mínimos per capta, pagarão R$2 e os que a família ganham até 3 salários mínimos, R$ 2,90.

O mais bizarro não é a tentativa de passarem a conta da crise para os estudantes, mas que a gestão atual do DCE e parte do Movimento Estudantil capitulem a esse processo. A elaboração da proposta foi feita no Conselho da PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) e aprovada por consenso entre os representantes da Reitoria e do movimento estudantil. No Conselho de Entidades de Base (CEB) do dia 1ª de Julho, os representantes discentes justificaram suas posições através da crise econômica, e que sua posição teve como foco resguardar os FUMPistas. A tática usada pela Reitoria é a mesma, dividir para conquistar: colocar FUMPistas contra não FUMPistas, como se os não assistidos fossem todos de classe média! Nos organizamos para impedir que os jovens trabalhadores paguem a conta da crise econômica e não para administrar as crises do capital!

A gestão Alvorada (Levante/PT) é responsável

A FUMP se utiliza de critérios extremamente burocráticos para negar assistência a quem precisa. Esses estudantes não foram levados em consideração e a partir do próximo semestre pagarão R$5,60. Mais esdrúxulo ainda foi a posição do DCE Gestão Alvorada (LPJ/PT) que não mobilizou os estudantes e sequer convocou os Conselheiros, sob a justificativa que “não sabiam que o DCE era o responsável”. Nada mais falso: a gestão Alvorada é composta pelo Levante Popular da Juventude, que têm vários estudantes que foram Conselheiros (inclusive no último ano de 2015) e sabiam que a responsabilidade é da direção do DCE! A verdadeira causa para a falta de organização é política: concentram suas forças na luta “contra o golpe”, enquanto os estudantes sofrem as consequências da política de Dilma e agora Temer!

Fora Temer, sim! Volta Dilma, não!

Somente em 2015-16, Dilma cortou mais de 15 bilhões de reais da “Pátria educadora” para favorecer Banqueiros e grandes empresários. Ano passado ocorreu uma onda de demissões dos trabalhadores terceirizados da segurança e limpeza, tornando o campus mais violento para nós e o trabalho deles mais precarizando.

Agora o Governo ilegítimo de Temer, mantém a mesma política de favorecimento do grande capital em detrimento das áreas sociais. Ele nomeou Ministros envolvidos até o pescoço com a lama da corrupção, e foi derrotado pelas mobilizações quando tentou extinguir o MinC e cortar verbas do Minha Casa Minha Vida. O próprio Temer foi citado na Lava Jato pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, segundo o delator, o PMDBista pediu propina para a eleição de 2012 em SP. Não a toa o povo o rejeita: segundo pesquisa do IBOPE encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada no dia 1/07 apenas 13% da população considera o Governo “bom” ou “ótimo”, um índice próximo ao que tinha Dilma quando foi afastada!

Pelo fim da FUMP

A fundação da PRAE se deu como válvula de escape para salvar a FUMP, que é uma fundação pública, de direito privado. Com o fim de sua principal forma de sustento, as taxas de matrícula, a FUMP passou a usar as verbas do PNAES para cobrir seus gastos operacionais, o que é ilegal, já que o decreto do PNAES coloca que é responsabilidade da Universidade definir critérios e seleção dos alunos assistidos. Ao criar a PRAE a crise política e econômica se resolve e a FUMP continua a gerir os recursos. É necessário pôr fim à FUMP e organizar desde a recepção de calouros do 2ª semestre uma mobilização com passagens em sala, panfletagens no bandejão, atos, assembléias e pula catraca!

A Assistência Estudantil vai muito além de acesso ao bandejão! É necessário lutar contra o aumento do bandejão, mas também por mais bolsas e pelo ajuste do valor para um salário mínimo, por mais vagas na Moradia Universitária, pelo fim do edital de bolsas (que põe os estudantes para competir entre si), por creches para mães e pais estudantes e pelo fim da FUMP!

Seguir o exemplo dos estudantes das estaduais paulistas

Os ataques à educação vêm de todas reitorias e Governos e enfrentam resistência no RJ e no Rio Grande do Sul com greve de professores.

Em São Paulo os  estudantes da USP se juntaram a professores e trabalhadores e estão em greve contra o desmonte da educação, por moradia e  cotas raciais.Esse é o exemplo que temos de seguir! É possível arrancar vitórias concretas! Os estudantes não vão pagar a conta da crise!

 


 

Reverter o aumento do bandejão!

Auditoria e fim da FUMP!

Pelo fim do edital de seleção de bolsistas!

Aumento imediato do número  de bolsas e equiparação ao valor do salário mínimo!

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