UNICAMP | UJS e MBL juntos, com a reitoria e contra os estudantes

Estão rolando as campanhas para as eleições do DCE da UNICAMP. Entre as chapas inscritas para disputar o processo, está a  ‘Apenas Alunos’, uma chapa composta pela UJS (juventude do PCdoB) e o coletivo de direita Apenas Alunos que têm membros do MBL. Queremos aprofundar o debate sobre o que representa essa chapa e também qual é nossa aposta para derrotar os ataques e termos um DCE a altura dos desafios em 2018.

 

Qual o papo da chapa “Apenas Alunos” da UJS/MBL?

Durante a greve do ano passado existiam estudantes e professores contra os piquetes e que tentaram desmobilizar a luta, felizmente eram minoria absoluta e a greve teve vitórias parciais importantes. Depois da greve muitos desses estudantes formaram um coletivo chamado Apenas Alunos, com um discurso de serem amplos e aceitarem idéias de “esquerda” e de “direita”, tão amplo que até o MBL participa.

A galera da UJS é quem dirige a 35 anos a maior entidade estudantil do país, a UNE, que deveria representar os estudantes universitários do país inteiro, só que na verdade a UNE nem existe no cotidiano dos alunos e muito menos chama a lutar para derrotar Temer e seus ataques.  Depois de serem derrotados nas eleições do DCE de 2016 se juntaram com a direita da UNICAMP para tentar a qualquer custo fazer o que fazem com a UNE: aparelhar a entidade.

Em 2017 tivemos um ano de muita lutas e ataques na universidade. Com a greve do ano passado e meses de mobilização pelas institutos, após três audiências públicas de debate, foram conquistadas as cotas étnico-raciais. A reitoria cortou mais de 50 milhões, demitiu 240 funcionários, jubila estudantes e vem com um pacotão de cortes e ataques a permanência. Teve muita luta dos estudantes e trabalhadores e suspendemos o aumento do bandejão que ia pra R$4,00 se dependesse da reitoria. A pergunta que não cala é: onde estavam e como atuaram a Apenas Alunos/MBL e a UJS em todas essas lutas?

 

UJS e Apenas Alunos/MBL duas faces da mesma moeda

Durante a greve e ocupação da reitoria no ano passado a UJS nem apareceu. Já a turma que hoje compõe o Apenas Alunos estava, só que na trincheira oposta à dos estudantes. Na mobilização por cotas a UJS apareceu duas vezes: no festival por cotas onde tentou se apropriar do mesmo gravando vídeos com artistas dizendo que quem organizou foi a UNE e no dia da votação onde novamente tentaram se apropriar da luta; não participaram da organização de nenhuma atividade ou discussão, muito menos da mobilização. O Apenas Alunos não quis saber de lutar por cotas, muito pelo contrário, teve posições contrárias à implementação e só votaram favoráveis pelo mesmo motivo de que todos os conselheiros (a aprovação foi por unanimidade): a grande pressão da luta do movimento negro e estudantil.

A reitoria quer que paguemos a conta da crise e por isso tenta aumentar o bandejão em 100%. Fizemos assembleias, paralisações, atos e por ocuparmos o conselho universitário durante a votação hoje o bandejão ainda é R$2,00. A Apenas Alunos já disse que se aumentasse no ano que vem tudo bem, porque daria para o estudante se planejar financeiramente, que já tem muito tempo que não aumento e que de algum lugar tem que cortar. A UJS não só foi contra a ocupação do conselho e não participaram da mobilização porque apostaram na negociação com a reitoria, como o seu partido (PCdoB) que é maioria no STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) se retirou dos atos.

O MBL defende o fim do debate dentro de sala de aula com a escola sem partido, apoiam as reformas do Temer e perseguem exposições artísticas com temática LGBT. O  vereador do MBL Fernando Holiday (DEM) de SP propõe o fim do dia da consciência negra. Foi a Apenas Alunos quem fez com que as eleições para representantes discentes no CONSU/CCG fossem online e organizadas pela reitoria e não pelo movimento estudantil, onde sempre teve maior participação  e debate real com os estudantes.

A UJS hoje não está pelo fora Temer porque preferem esperar as eleições de 2018. Jandira Feghali sua principal figura pública foi secretária de cultura da prefeitura de Eduardo Paes (PMDB-RJ) e no Maranhão o governador do estado Flávio Dino (PCdoB) tem o vice tucano, do PSDB.

 

Para derrotar a pelegada só a esquerda unificada! Nosso Tempo Nossa Luta!

Não queremos ter um DCE de direita, com reacionários e traidores das lutas, que vai estar junto com a Reitoria e governos pelos cortes e contra os estudantes. Participamos da atual gestão do DCE como um coletivo que o ano todo apostou nas passagens em sala, panfletagens e na luta enquanto saída. Infelizmente a atual gestão teve muitas debilidades que precisam ser superadas.

Para derrotar a pelegada construímos juntos aos coletivos da Oposição de Esquerda da UNE e muitos independentes a chapa: Nosso Tempo Nossa Luta – Tecer a Manhã, uma chapa dos estudantes que estavam na luta o ano todo contra os ataques da reitoria e em defesa da universidade de caráter público e com permanência estudantil. Os desafios do ano que vem serão ainda maiores, serão mais ataques, será ano de eleição; queremos um DCE que aposte na mobilização para derrotar todos os ataques e lutar contra qualquer governo que ataque os estudantes (sem seletividade como o MBL e UJS que defendem o PSDB/PMDB e PT/PCdoB respectivamente). Chamamos todos os estudantes em luta a construírem e apoiarem a chapa, por um DCE dos que lutam para mobilizar e derrotar todos os ataques!

Leia nosso Manifesto por um DCE dos estudantes em luta: http://vamosaluta.com.br/wp-content/uploads/2017/10/Manifesto-Por-um-DCE-dos-Estudantes-em-Luta.pdf