Vamos à Luta por um RU de qualidade e para todos na UFU

Há tempos alertamos sobre os problemas que viriam com o retorno presencial. Durante o ensino remoto, sofremos diversos ataques na educação e nas universidades, como o corte de 739 milhões de reais pelo Ministério da Educação, no planejamento orçamentário de 2021 e o corte de 18,16% destinado às universidades federais, realizado também em 2021.

Esses ataques, no retorno, se tornam mais perceptíveis por conta da nossa presença no espaço físico da universidade e pelo aumento de demandas de gastos justamente pelo retorno presencial. Reflexo disso é a atual situação do RU.

O Restaurante Universitário, que é um serviço essencial para a nossa permanência, sobretudo com o presente preço da cesta básica e demais contas, infelizmente não cumpre o papel que deveria ter. A terceirização do mesmo, implica em uma lógica de lucro, sendo assim, quando há um aumento no custo de produção, há a tendência por parte da empresa de aumentar o custo do serviço ou mesmo diminuir o custo de produção pela diminuição da qualidade ou retirada de direitos dos trabalhadores. Fazendo, dessa forma, com que seu lucro se mantenha às custas da nossa péssima alimentação e da precarização do trabalho dos funcionários terceirizados.

Na UFU, especificamente nos campi Santa Mônica e Umuarama, o serviço iniciou seu funcionamento em abril e desde este momento já apresentava diferentes falhas, com a justificativa de adaptação da empresa Refeições Coletivas para quando acontecesse a volta às aulas. Entretanto, após a volta, essas falhas não só não melhoraram, como se intensificaram. No primeiro dia ocorreu um atraso brutal: a abertura aconteceu no horário de fechamento do RU! Nos dias seguintes houveram reclamações como: falta de comida, falta de reposição, atraso para reposição, filas enormes, cardápio diferente do apresentado, problema na compra de tickets e baixa qualidade da comida. Como consequência, diversos estudantes deixam de se alimentar e usufruir de um serviço que deveria ser nosso direito, além disso, os trabalhadores, formados majoritariamente por mulheres, sofrem com a superexploração, trabalhando mais do que prevê sua carga horária.

A universidade vem aplicando sanções financeiras para cada penalidade e, junto disso, chamou uma reunião emergencial para resolução desses problemas. Após isso, a empresa responsável prometeu fazer os ajustes necessários até segunda-feira. Consideramos importante a postura do DCE de reunir informações das penalidades cometidas para aplicação das sanções, entretanto, acreditamos que não devemos esperar intervenção apenas no campo institucional. Não podemos confiar nessa empresa que nos deixou sem comer e já havia garantido que resolveria esses problemas antes de maio! Desde agora, precisamos mostrar que os estudantes estão insatisfeitos com o que está sendo recebido e que caso não haja melhora ou ocorra novamente, estaremos a postos para uma nova mobilização.

Dessa forma, a Juventude Vamos à Luta chama todos a comparecerem na mobilização que ocorrerá quarta-feira (11/05), em frente ao RU, tirado pelos estudantes de filosofia em uma assembleia do Centro Acadêmico de Filosofia, gestão Viramundo, da qual fazemos parte. Exigimos, com esse ato, que o RU abra no horário certo; sem falta de comida, com reposições que não atrasem o serviço; cardápio atualizado e correto; resolução dos problemas com o ticket virtual; diminuição nas filas e contratação de mais trabalhadores.

Reivindicamos também que o DCE e demais Centros e Diretórios Acadêmicos componham e chamem os estudantes de seus cursos para a mobilização, convocando assembleias para debater com a base e organização do movimento estudantil por um RU para todos e de qualidade. Após cinco períodos remotos, os estudantes que pisam pela primeira vez na universidade precisam ser orientados pelos seus representantes: só com a luta conquistaremos uma universidade pública e para todos!