140 anos sem Marx: Um legado revolucionário após a morte

Homenagem da Juventude revolucionária Vamos à Luta

Em 1883 faleceu o alemão Karl Marx e, desde então, passaram-se 140 anos. Marx foi um dirigente revolucionário que ainda continua vivo através de suas experiências, sua luta no movimento operário, seus escritos e na construção de organizações políticas da classe trabalhadora (ver Marx na I Internacional e seu legado).

Debatido, caluniado, distorcido, “gourmetizado” pela academia, falsificado, reivindicado de fato por poucos que seguem o seu legado revolucionário, seu nome causa furor seja pelas tradições e polêmicas, seja pelas revoluções que marcaram a história da classe trabalhadora e demonstraram que podemos vencer.

Alguns acadêmicos tentam separar teorias e análises de Marx de sua militância política e de sua estratégia de destruição do poder burguês e da insurreição para a tomada do poder político pela classe trabalhadora. Uma falsificação, já que ambas as construções são constituintes do programa formulado por Karl Marx e Friedrich Engels e pelo qual eles combateram por toda a vida.

Embora muito citado enquanto teoria pelo falso “marxismo acadêmico” ou por alguns partidos de esquerda reformista, pouco de fato se resgata da longa marcha pela independência política da classe operária e pela luta de classes. No primeiro caso, abundam as teses, artigos ou simpósios inofensivos debatendo as filigranas de tal ou qual passagem de O Capital como mero exercício diletante para promover um grupo de pesquisa institucional. Assim se anula de Marx sua vida real e seu projeto revolucionário, já que ele não veio para “enriquecer” o Currículo Lattes de ninguém e sempre disse que o fundamental é lutar para mudar o mundo em favor do proletariado. No segundo caso, são dirigentes reformistas que escondem seus serviços em favor da ordem e sua covardia perante a burguesia com frases “socialistas” pronunciadas nas redes sociais em dias de festa, em algum confortável espaço de almofadinhas e, portanto, com muito a perder com a destruição da atual ordem, vide o fundo eleitoral e os cabos eleitorais pagos de muitas organizações. Há, ainda, os que ossificam Marx, mumificam seu pensamento e deturpam suas posições, como o stalinismo, que instituiu a colaboração de classes através das Frentes Populares e do fim da III Internacional (Ver http://www.cstuit.com/home/index.php/2022/09/23/especial-marxismo-revolucionario-versus-frente-popular/).

No 30° aniversário da morte de Marx, Lenin assinalou:

“O gênio de Marx está em ter sido o primeiro a ter sabido deduzir daí a conclusão implícita na história universal e em tê-la aplicado consequentemente. Tal conclusão é a doutrina da luta de classes.”

Sobre os reformistas, Lenin afirmou:

“A dialética da história é tal que a vitória teórica do marxismo obriga os seus inimigos a mascararem-se de marxistas. O liberalismo, interiormente podre, tenta reanimar-se sob a forma de oportunismo socialista.”

Ser marxista implica não apenas em leituras e afirmações, mas no trabalho árduo em busca da transformação da realidade e buscar, assim, um mundo que finde com todas as opressões, desde classe, raça, gênero e outras formas de dominação.

Para Trotsky, toda ilusão em reformar o capitalismo caminha na visão contrária da verdadeira dinâmica do sistema capitalista:

“Entre a época da morte de Marx e o início da [Primeira] Guerra Mundial, as inteligências e os corações dos intelectuais da classe média e dos burocratas dos sindicatos estiveram quase que totalmente dominados pelas façanhas logradas pelo capitalismo. A ideia do progresso gradual (evolução) parecia ter se consolidado para sempre, enquanto que a ideia da revolução era considerada como uma mera relíquia da barbárie […] Nisso reside a essência do reformismo […] A vida do capitalismo monopolista de nossa época é uma cadeia de crises. Cada crise dessas é uma catástrofe. A necessidade de salvar-se destas catástrofes parciais por meio de barreiras alfandegárias, da inflação, do aumento dos gastos do governo e das dívidas prepara o terreno para outras crises mais profundas […] A luta para conseguir mercados, matérias-primas e colônias torna inevitáveis as catástrofes militares. E tudo isso prepara as catástrofes revolucionárias.”

Engels, o homem que dedicou sua vida ao socialismo junto a Marx, realizou um discurso em frente ao túmulo do revolucionário. Terminamos agora com um fragmento:

“O que o proletariado combativo europeu e americano e o que a ciência histórica perderam com a morte deste homem não se pode de modo nenhum medir. Muito em breve se fará sentir a lacuna que a morte deste homem prodigioso deixou.

[…] Pois Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, na derrubada da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação, essa era a sua real vocação de vida. […]

O seu nome continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também!”

De nossa parte seguimos aprendendo com Marx e defendendo seu legado. Convidamos você que quer ser um militante marxista a se vir com a gente. Seja parte da juventude do socialismo e da revolução permanente!