JUSTIÇA POR CAROL! EXIGIR DOS GOVERNOS MEDIDAS CONCRETAS CONTRA A LGBTQIA+FOBIA!

No dia 10 de dezembro, Ana Caroline Sousa Campêlo, uma jovem lésbica de 21 anos foi brutalmente torturada e assassinada em um crime de lesbofobia e misoginia ocorrido no Maranhão. Esse feminicídio, ainda ignorado pela grande mídia, espanta pela crueldade, e é expressão máxima da opressão machista e LGBTfóbica. Segundo o Observatório de Mortes e Violência LGBTI+ no Brasil, em 2022, o Brasil assassinou uma pessoa LGBTQIA+ a cada 32 horas no ano de 2022, sendo contabilizadas 228 mortes violentas, 15 suicídios, sabendo que os dados ainda são subnotificados!

O discurso e a prática da violência discurso são propagados pela extrema direita bolsonarista e pelo fundamentalismo religioso, resultando no assassinato destas mulheres, que dissidem dos padrões patriarcais de sexualidade e de gênero. Recentemente, o suicídio de Karol Eller, mulher lésbica que estava sendo submetida a “terapias de cura” evangélicas evidenciou mais essa violência. A realidade da população LGBTQIA+ no Brasil de 2023 é a marginalização, falta de empregos com direitos e a revogação de seus direitos, como vimos recentemente com a caça ao direito do casamento homoafetivo, que havia sido conquistado em 2013. Especificamente as mulheres lésbicas, sofrem com a intensa repressão de sua sexualidade, que não serve ao” ideal reprodutivo”, e com os estupros corretivos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados são um exemplo escancarado dos que querem a nossa morte. No entanto, é necessário ressaltar que o governo Lula/Alckmin mantém intensas relações com setores bolsonaristas, inclusive com ministros e secretários bolsonaristas, como André Fufuca. Lula também mantém relações com as igrejas evangélicas, sentando ao lado de nomes como o deputado Pastor Isidoro, responsável por Comunidades Terapêuticas que praticam torturas como as “terapias de conversão” para pessoas dissidências de gênenro e sexualidade. Para atrair os votos de seu público, Lula rifou pautas históricas do movimento feminista e LGBTQIA+, como o aborto. E se silenciou completamente diante do ataque ao casamento homoafetivo, que acontece no seu governo!

Esse ataque ao casamento homoafetivo mostra que também não podemos esperar sentades que a defesa das nossas pautas venha do congresso ou de nenhum governo, diferente do que nos dizem parlamentares que são da causa: temos que ser independentes dos governos e ocupar as ruas! Sabemos que muitos LGBTs votaram em Lula para derrotar Bolsonaro, no entanto, Lula não se mostra aliado da nossa pauta, e por isso, precisamos lutar! O Maranhão, onde Carol foi assassinada, historicamente é governado por governos de Frente Ampla, de conciliação com os interesses da burguesia, o que revela que esse projeto de conciliação só faz manter a violência machista e LGBTfóbica.

No dia 18/12, acontecerá em São Paulo um ato exigindo Justiça por Carol! Será a partir das 18 horas, na Praça do Ciclista, em São Paulo. Nós, da Juventude Vamos à Luta, pensamos que é fundamental que esse movimento seja replicado em todas as capitais do país, com convocações de atos de rua encabeçados pelas direções nacionais LGBTQIA+, como ANTRA, ABGLT, IBRAT, mas também convocados pela UNE, pela UBES, fóruns 8M, frentes feministas e pela legalização do aborto e por todos os partidos que se dizem aliados LGBTQIA+.

Exigimos do governador do Maranhão que encontre e puna o assassino de Carol. Justiça por Carol! Exigimos do governo Lula Alckmin um programa nacional de enfrentamento aos assassinatos contra LGBTQIA+, bem como um proteção às mulheres e população LGBTQIA+, para proteger essas pessoas tanto da violência e marginalização, como de situações de vulnerabilidade social, com abertura massiva de casas de acolhimento à população LGBTQIA+ vítima de violências. Exigimos educação sexual, com perspectiva de gênero, nas escolas de todo o país! Exigimos também a implementação de cotas para pessoas transe travestis nas universidades, com assistência estudantil, para que possam permanecer. Exigimos cotas nos concursos públicos para pessoas trans e travestis! Para que essas medidas se concretizem, é necessário investimento, e por isso, é prioridade a revogação do Arcabouço Fiscal, para que não haja limitações do investimento público em áreas sociais, e o não pagamento dos juros e amortizações da Dívida Pública que saqueiam metade do orçamento público da União.

Por fim, exigimos total ruptura do governo Lula Alckmin com a extrema direita, com os parlamentares, prefeitos e governadores fundamentalistas que propagam a misoginia e LGBTQIA+fobia como forma de nos oprimir e gerar mais lucro para seus bolsos. Exigimos a prisão de Bolsonaro e todos os seus comparsas! Chega de impunidade, nenhum LGBT a menos será tolerado, nenhuma mulher a menos será tolerada, nenhuma minoria étnica a menos será tolerada, nenhum trabalhador a menos será tolerado, vamos à luta contra por um mundo em que decidamos tudo, governado pelos trabalhadores!