Nos solidarizamos e apoiamos a luta pela demarcação das terras para os povos originários e ao povo Patoxó Hã-Hã-Hãe. No último dia 21/01 Maria de Fátima Muniz Pataxó, Líder indígena conhecida como Nega foi assassinada lutando pelo direito à terra dos povos tradicionais. Numa ação conjunta entre policiais e pistoleiros encabeçados por empresários baianos e fazendeiros locais, cercaram uma área que estava ocupada pelo povo Patoxó Hã-Hã-Hãe. Além do assassinato da Pajé há outros indígenas feridos como o Cacique Nailton Pataxó, também uma liderança indígenas da Bahia, ele foi baleado na perna e no quadril.
Esses acontecimentos ocorrem pouco mais de 1 mês da derrubada do veto parcial dado pelo governo Lula-Alckmin ao projeto do marco temporal pelo congresso nacional (inclusive de parlamentares de partidos da base do governo Lula-Alckmin, como o PSB, o MDB, o PSD e o União Brasil). Infelizmente a resposta aos ataques aos povos indígenas pelo governo e da esquerda que compõe o governo Lula/Alckmim como PCdoB e PSOL têm sido insuficientes, devido a política de conciliação de classe com direita, burgueses e setores ruralistas. Além de deslocarem o protagonismo dos movimentos sociais para dá-lo à institucionalidade, dependendo por exemplo do STF e de acordos com o agronegócio.
A juventude e a classe trabalhadora devem se manter unidos à comunidade indígena nesse momento, assim como eles sempre estiveram unidos a estes outros setores da população em várias lutas democráticas e sociais. Exigimos da CUT, da CTB, da UNE, do MST e do MTST a construção de uma jornada de lutas, com passeatas nas principais cidades do país, para barrarmos o Marco Temporal e exigir do governo Lula-Alckmin o fim das alianças com os setores ruralistas, a demarcação de todas as terras indígenas no Brasil e o fim dos ataques ruralistas aos seus territórios ancestrais para que não tenhamos mais que nos despedir de mais pagés Nega Pataxó.