DCE UFF precisa apoiar a greve do SINTUFF!

A greve da base da FASUBRA iniciou nesta segunda feira. Há tempos, o SINTUFF organiza esse movimento, junto com os sindicatos da base da FASUBRA. Mas, até agora, o DCE da UFF não tirou posição a favor da greve. A greve é em defesa da universidade pública, exige a recomposição orçamentária. Atualmente, é o principal instrumento para garantir nossa instituição funcionando com qualidade com orçamento real e dignidade.

Infelizmente, na assembleia de greve do SINTUFF realizada no dia de hoje, os colegas do Movimento Correnteza (UJR/UP), informaram que o DCE ainda está sem posição sobre a greve. Porém, contraditoriamente, se manifestaram contra a greve do bandejão (pediram que esse setor continue funcionando). Ou seja, mesmo afirmando que “não tem posição”, na prática, o Correnteza, que tem peso na direção do DCE, tem uma posição contra a greve, constrangendo que os trabalhadores do bandejão não possam fazer greve. É uma posição equivocada, que não ajuda a construção da greve e que, na prática, pode ser utilizada por setores da direita que desejam furar a greve e derrotar a luta em defesa da educação pública.

Felizmente, a mesa que conduzia a assembleia, unitariamente, agradeceu a presença da direção do DCE, mas reafirmou que o movimento grevista é soberano e independente, e precisa ser forte. E que o comando de greve e as assembleias de greve resolverão o que é ou não essencial.

Nós, da juventude Vamos à Luta, apoiamos incondicionalmente a greve de técnicos e respeitamos seus fóruns do mesmo modo que exigimos respeito e autonomia dos fóruns do movimento estudantil. O fato é que, sem luta e mobilização, não há conquista. Historicamente foi assim que conquistamos a assistência estudantil, as moradias da UFF, o bandejão 2, e a janta no bandejão, além cursos gratuitos e outras medidas. Sem greve e protesto, sequer haveria universidade pública.

Defendemos a unidade na luta, plenárias e fóruns comuns de técnicos, docentes, alunos e terceirizadas, comandos de greve e mobilização unitários do DCE , ADUFF e SINTUFF para construir a luta em conjunto, não para barrar as greves de nenhum setor.

Toda greve, passeata ou ocupação estudantil causa transtornos. Do mesmo modo, como uma ocupação de reitoria ou prédio que o movimento estudantil faça, barra a entrada e assim pressiona pela sua pauta. Ao mesmo tempo, é importante lembrar que todas as principais lutas e conquistas estudantis das últimas décadas (moradia, reajuste de bolsas, transporte universitário, concursos para docentes), tiveram no SINTUFF um ponto de apoio incondicional, político, combativo, financeiro e estrutural, sem exigir contrapartidas e sem impor condições, respeitando os fóruns estudantis, os métodos de lutas e autonomia dos estudantes.

Não se trata de intransigência da greve. Por exemplo, o Comando de Greve mostra sensibilidade ao informar que irá garantir o funcionamento do setor que paga as bolsas estudantis e demais auxílios, assim como em manter a alimentação da moradia estudantil.

Cobrar que o bandejão permaneça aberto é ferir o direito de greve que, como futuros trabalhadores em suas áreas, os estudantes também precisarão dispor desse direito para garantir salário digno e direitos. Além disso, é importante destacar que esse bandejão só existe até hoje a esse valor graças à mobilização unificada, que contou com uma uma greve em 2005, que evitou por resolução do Conselho Universitário qualquer política de reajuste de preços, tornando o valor permanentemente simbólico para o estudantes. A greve fortalece a defesa da universidade pública e das verbas para a assistência estudantil.

Devemos exigir que a reitoria garanta distribuição de quentinhas, na sede e nos interiores, durante toda a greve, além de aproveitar a greve para fortalecer e retomar com muita força a luta por bandejões e moradias em todos os campi do interior! Apelamos que os camaradas do Movimento Correnteza (UJR/UP) reflitam e mudem de posição.

Exigimos da direção majoritária do DCE uma assembleia geral, para pautar as pautas estudantis, nossas reivindicações locais e nacionais, e dar apoio a greve dos técnicos.