Apoiar a greve da FASUBRA! Unificar a educação com ANDES-SN e SINASEFE! Construir greve estudantil em todas as universidades e IFs!

A greve dos Técnicos-Administrativos das universidades começou com força e continua crescendo. Atualmente, no dia 22/03, ela paralisa 62 universidades e 4 IFs. O SINASEFE, que agrupa os docentes e técnicos dos institutos Federais, indicou greve para o dia 03/04. O ANDES-SN, que representa os professores das universidades federais, realiza assembleias para votar indicativo de greve para 15 de abril.
A juventude precisa garantir solidariedade incondicional à greve da Fasubra e apoiar a concretização da greve da Educação Federal. Junto com nossos camaradas da COMBATE Sindical defendemos uma greve do conjunto dos servidores federais. Vamos aproveitar o dia nacional de mobilização e paralisação chamado pelo FONASEFE no dia 3/04 para realizar assembleias, panfletagens, paralisações e passeatas unificadas. É necessário construir a greve estudantil em cada local e em nível nacional.

A luta é justa e merece apoio estudantil!

As universidades, segundo o ANDES, hoje contam com o orçamento equivalente ao de 2013! Sem colocar a inflação nessa conta. Isso significa, na prática, a inviabilização do funcionamento das universidades. A greve dos TAEs combate o ajuste fiscal de sucessivos governos, inclusive o governo Lula/Alckmin. É uma luta justa contra a precarização da educação e o desmonte dos serviços públicos. É pela recomposição de salários e carreira, defasados em 53%, pela política continuada de contingenciamento (Teto de Gastos, Arcabouço Fiscal). Reivindicam a revogação da EBSERH e dos reitores biônicos do Bolsonaro, entulhos autoritários que ainda estão em muitas universidades do país.
Essa luta é do interesse dos estudantes, porque o corte orçamentário faz com que nas universidades e institutos federais a juventude seja afetada. Na UFF, mais de 1000 estudantes ficaram sem bolsas no ano passado e os 8 polos de interior não têm bandejão. Na UFRJ cerca de 43% das pessoas aprovadas no SISU não se matricularam na universidade. No caso do colégio Pedro II as bolsas de assistência estudantil reduziram em 60%. E essa é a realidade de outras instituições como a UFU, UFPA, UFMG, UNIFESPA ou UFRGS, bem como dos IFs. A redução das verbas significa precariedade nos laboratórios, bibliotecas, bandejão e infraestrutura (elevadores que não funcionam, bebedouros que não funcionam, iluminação deficitária, ausência de refrigeração de salas, etc).

Construir uma greve unificada e combativa!

Além de apoiar e batalhar pela unificação, a juventude precisa realizar assembleias de DCEs, CAs e DAs para votar nossas pautas de reivindicações próprias. Precisamos construir a nossa greve estudantil em cada curso, em cada instituição e em nível nacional. Uma greve combativa, lotando os campi com debates, rodas de conversa, cine-debate, saraus. Além de levar a greve para fora com fortes passeatas e panfletagens de fábricas, empresas, praças, grandes concentrações como estações de trem, metrô e barcas.

O governo Lula/Alckmin e a colaboração de classes com os patrões e reacionários.

A greve atual é a primeira greve nacional do governo Lula. Seguramente, nenhum jovem ou servidor votou contra Bolsonaro e elegeu Lula para viver com salário congelado e nem manter cortes orçamentários, muito menos para não revogar o entulho autoritário bolsonarista. Há, portanto, um afastamento entre as expectativas da eleição e a realidade do governo. Por isso, nós insistimos que nossas entidades sejam independentes do governo Lula/Alckmin. Esse governo não é nosso, não governa para nós. Ele é capitalista. Um governo de conciliação de classes que privilegia os interesses dos ricos e banqueiros.
A frente é tão “ampla” que ele inclui um governo em comum com golpistas como Múcio, representantes do agronegócio e do marco temporal como Fávaro, além de verbas para as forças armadas e tropas golpistas (enquanto falta salário e orçamento da educação). O Ministério da Educação está recheado de empresários da Fundação Lemann, defensores da educação bancária e do projeto do Banco Mundial e FMI, ou representantes das reitorias que privatizaram HUs.
O governo Lula/Alckmin se negou a revogar a reforma da previdência, trabalhista e o NEM. Na comissão de educação da câmara federal, temos o nefasto Nikolas Ferreira. O PT e o PL fizeram um acordo que o garantiu neste posto. O presidente Lula cancelou ações do governo acerca dos 60 anos da ditadura militar pois pretende manter pactos conservadores com milicos golpistas que assassinaram lideranças estudantis como Honestino Guimarães e incendiaram o prédio da UNE em 1964. Por essas e outras, nossa luta precisa ser independente do governo.

A direção majoritária da UNE e UBES segue imobilista!

Quando as direções de nossas entidades não são independentes, caso da direção da UNE, UBES e ANPG, elas não podem tocar bem as nossas lutas. Essas direções majoritárias (UJS/PCdoB, PT e maioria do PSOL) preferem defender seus cargos e ministros do que conduzir a luta de forma independente. Até agora, eles não se moveram para apoiar a greve da FASUBRA, nem os indicativos de greve do ANDES e SINASEFE, muito menos para organizar as pautas do movimento estudantil. Por isso combatemos o atrelamento de nossas entidades aos governantes de plantão.

Nós exigimos que UNE, UBES e ANPG garantam unidade com técnicos e professores para defender a educação pública do país e revogar o Arcabouço Fiscal, a EBSERH, conquistar 10% do PIB para a educação e mais verbas para assistência estudantil! Bem como punir todos os torturadores de 1964 e golpistas de 8J (inclusive os que estão no governo, como o Ministro da Defesa Múcio).

Exigimos da UNE e UBES um comando de greve e mobilização estudantil!

Defendemos a construção de um comando nacional de mobilização e greve estudantil. Exigimos da UNE e UBES a convocação emergencial de CONEG para colocar de pé a greve estudantil com nossas pautas, como a elevação substancial das verbas do Plano Nacional de Assistência Estudantil. Sabemos que existe dinheiro, porque 46% do nosso orçamento anual vem sendo destinado para encher bolso de banqueiro, pelo pagamento da Dívida Pública, e que 50 bilhões de emendas parlamentares já foram dispensados para o centrão. Não vamos aceitar que o estudante precarizado e cotista pague a conta da crise. Queremos a recomposição orçamentária das universidades e, para isso, uma greve unificada e forte é o melhor caminho. Desde já, nossas entidades devem exigir que o governo Lula reúna imediatamente com os grevistas e atenda suas pautas.

Fazer a luta que a majoritária da UNE e UBES se negar a fazer!

Sabemos que a direção majoritária da UNE e UBES pode se negar a cumprir o papel de apoiar a greve e a reunir o CONEG para organizar nossas pautas de reivindicações. Sabemos que eles podem se negar a construir nosso comando de greve e mobilização. Mas isso não pode nos paralisar.
Caso isso ocorra, defendemos que os DCEs (como o da UFF e UFRJ), Grêmios (como os do CP2), Federações (como a FENET) e Executivas e Federações de Curso o convoquem e construam um Comando Nacional de Greve e Mobilização Estudantil. Essa é a nossa proposta aos camaradas do Correnteza, UJC, Juntos e demais forças que compuseram a chapa alternativa no último CONUNE; é nossas propostas as demais forças da esquerda estudantil da UNE que não compuseram nossa chapa mas que estão nas lutas e no apoio a greve da FASUBRA (Rebeldia e Faísca); é nossa propostas para outras forças do ME que não estão na UNE (como MEPR e Resistência Popular Estudantil). Devemos nos agrupar e fazer a luta que a direção majoritária do movimento não faz.

A Juventude Revolucionária Vamos à Luta (CST e independentes) apoia a greve dos TAEs, defende a greve da educação federal e do conjunto do serviço público porque acreditamos que é lutando, com independência de governos, reitorias e institutos, que se pode conquistar.